O Supremo
Tribunal Federal (STF) deve decidir hoje (9) se o ministro da Justiça,
Wellington César Lima e Silva, poderá continuar no cargo. A corte vai julgar um
recurso no qual o PPS alega que o ministro, que é membro do Ministério Público
da Bahia (MP-BA), não poderia ser nomeado.
Ontem (8), o
ministro Gilmar Mendes, que é relator do recurso, disse que o STF tem posição
contrária à acumulação dos dois cargos. “O tribunal tem uma posição bastante
clara [em relação a casos de secretário de Estado], dizendo que não pode haver
esse tipo de exercício de cargo ou função. Se o tribunal mantiver a
jurisprudência, me parece que não é dado a membro de Ministério Público ocupar
funções no Executivo”, afirmou Mendes.
Para o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não há ilegalidade na acumulação
dos cargos. "Não há mal intrínseco para o Ministério Público e suas
finalidades institucionais com a nomeação de um de seus membros – previamente
afastado – para exercer funções como as de ministro ou secretário em áreas como
justiça, segurança pública e meio ambiente. Na realidade, essas nomeações podem
ser extremamente benéficas na consecução dos objetivos institucionais da
instituição".
Na última
sexta-feira (4), a juíza Solange Salgado de Vasconcelos, da 1ª Vara Federal de
Brasília, atendeu a uma ação do deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE) e
suspendeu a nomeação do ministro. Após a decisão, o presidente do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região, desembargador Cândido Ribeiro, atendeu a pedido
da Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender a liminar.
Diante da
polêmica sobre sua nomeação, o ministro pediu exoneração da função de
procurador-geral de Justiça adjunto do MP-BA, mas se manteve no cargo vitalício
de procurador.
O texto
constitucional prevê que os membros do Ministério Público podem exercer “outras
funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas”. O artigo também foi usado pela AGU para embasar o pedido de
suspensão da liminar que impediu a posse do novo ministro da Justiça.
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