Duas manifestações opostas ocorreram ao mesmo tempo hoje (13) na
região central de Porto Alegre. No parque Moinhos de Vento, o Parcão, o
ato reuniu pessoas favoráveis ao impeachment da presidenta
Dilma Rousseff e contrárias ao PT. A cerca de dois quilômetros dali, no
parque Farroupilha, conhecido como Redenção, houve manifestação em
defesa do governo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A
proximidade dos dois locais foi motivo de preocupação dos órgãos de
segurança pública. Por isso, cerca de 350 policiais da Brigada Militar
trabalharam para evitar que grupos se deslocassem de uma manifestação
para a outra, o que poderia causar confrontos. Ao final dos dois atos,
por volta das 17h30, a Brigada anunciou que não houve nenhum conflito
entre grupos de manifestantes.
Durante a semana, a Central Única
dos Trabalhadores (CUT) recomendou que as seções estaduais da entidade
remarcassem os atos pró-governo marcados para este domingo, de modo a
não coincidir com os atos pelo impeachment. Mesmo assim, a CUT-RS
resolveu manter a data.
Parcão verde e amarelo
O ato que pedia o impeachment da presidenta Dilma e a prisão
do ex-presidente Lula começou às 15h. Os manifestantes vestiam roupas
nas cores verde e amarelo e carregavam bandeiras do Brasil. Eles
ocuparam boa parte do Parcão e um pedaço da Avenida Goethe, que contorna
o parque.
Faixas e cartazes pediam a saída do PT do governo e o
fim da corrupção. Houve discursos inflamados pronunciados no carro de
som e os organizadores executaram o Hino Nacional. Ambulantes espalhados
por todo o parque vendiam bonecos "pixulecos" representando Lula e
Dilma com uniformes de prisão.
"O nosso maior objetivo é acabar
com a corrupção no país. A gente precisa se manifestar, não pode ficar
inerte. E se pra isso for preciso que caia mais um presidente, que se
faça a vontade do povo", afirmou a advogada Aline Pereira, que
participou do ato no Parcão.
Vermelho na Redenção
A
manifestação em defesa do governo começou antes, por volta das 14h. Às
12h, já havia pessoas com bandeiras e faixas do PT, da CUT e de
movimentos sociais, aguardando o começo do ato. Em pouco tempo, os
militantes ocuparam todo o entorno do Monumento ao Expedicionário, um
dos símbolos do parque Redenção.
A maioria dos participantes usava roupas vermelhas, adesivos e faixas
com os dizeres "não vai ter golpe". Os organizadores levaram uma banda
de música gaúcha para animar a militância e promoveram um "coxinhaço"
com a venda de coxas de frango assadas a preços populares.
O ato
atraiu pessoas de várias partes do Rio Grande do Sul. A estudante
Rafaela Coden saiu de Santa Maria, município da região central do
estado, para participar do ato em Porto Alegre.
"Mesmo com as
dificuldades de vir até a capital, a gente vai seguir nas ruas para não
deixar que a democracia seja ferida. Nós precisamos botar a nossa força
nas ruas para que esse golpe explícito não aconteça", ressaltou Rafaela.
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