O presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, considerou
hoje (28) criminosas as ameaças e tentativas de intimidação contra ministros da
Corte em função de decisões tomadas por eles. Na semana passada, o ministro
Teori Zavascki foi alvo de manifestações, em frente ao Supremo e à casa dele,
por transferir para a Corte as investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que estavam na primeira instância.
“Essas
atitudes temerárias, por evidente, excedem a mera irresignação com posições
jurídicas externadas por integrantes do STF no legítimo desempenho do elevado
múnus [função, dever] público que lhes foi cometido, bem como passam ao largo
do direito de expressão constitucionalmente assegurado aos cidadãos, ganhando
contornos de crimes para os quais a legislação penal prevê sanções de elevado
rigor”, diz trecho de comunicado assinado pelo presidente da Corte e divulgado
no site do STF.
Para o
presidente do STF, os ministros da Corte “não se deixarão abalar por eventuais
constrangimentos sofridos ou que venham a sofrer". “[Os membros da Corte]
continuarão a desempenhar com destemor, independência e imparcialidade a solene
atribuição de guardar a Constituição da República que juraram defender.“
No documento,
Lewandowski informa que enviou ofícios para o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, ao ministro da Justiça, Eugênio Aragão, ao advogado-geral da
União, José Eduardo Cardozo, e ao diretor-geral da Polícia Federal, Leandro
Daiello, para que haja o acompanhamento dos acontecimentos. O presidente do STF
disse ainda que tem mantido contato com autoridades de segurança para que sejam
tomadas medidas a fim de “coibir, reprimir e prevenir ameaças, coações e
violências perpetradas contra ministros da Corte, a pretexto de manifestar
suposto inconformismo com decisões por eles proferidas”.
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Dag Vulpi