Acusados de
participar de um esquema de desvio de recursos do Fundo de Saúde da Polícia
Militar do Rio de Janeiro (Fuspom), além do recebimento de propina e
envolvimento em fraudes em licitações públicas, três empresários e uma capitã
enfermeira da PM foram presos hoje (11) durante a Operação Carcinoma II, um
desdobramento da Operação Carcinoma, realizada em dezembro último.
Os presos são
os empresários Rogério Wilson Ribeiro Colaço, Fernando Carlos Ribeiro Colaço e
Silvio Guedes Boaventura e a capitã enfermeira da Polícia Militar Cristiane
Cardoso Gonçalves de Souza. Também foram cumpridos 11 mandados de busca e
apreensão expedidos pela 20ª Vara Criminal da Capital para a operação,
comandada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e executada pelo
Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio das polícias
civil e militar.
Os empresários
vão responder por corrupção ativa, fraude à licitação, dispensa ilegal de
licitações e peculato (crimes comuns). Já a capitã da PM também responderá por
corrupção passiva e peculato perante a auditoria militar (crimes militares).
De acordo com
a denúncia dos promotores do Gaeco, a empresa M&C Comércio e Soluções de
Equipamentos foi contratada pela PM, sem licitação específica, para o
fornecimento de 200 aparelhos de ar-condicionado destinados ao Hospital
Central da Polícia Militar (150 unidades) e ao Hospital da PM de Niterói (50
unidades), pelo valor total de R$ 560 mil.
Apenas 25% dos
aparelhos foram entregues e, mesmo assim, em qualidade e especificações
diferentes e inferiores aos que constavam nas notas fiscais. Alguns foram
desviados e instalados em residências de oficiais da corporação.
A capitã
Cristiane, no exercício de suas funções administrativas, contribuiu para que
fossem atestadas as notas fiscais de recebimento do equipamento em troca de
propina no valor de 1% do total da compra, além de ter se beneficiado com a
instalação de um dos aparelhos em sua própria casa, segundo a denúncia do
Ministério Público.
De acordo com
o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, delegado
Fábio Galvão, “Através da farta documentação apreendida na primeira fase, temos
conseguido aprofundar as investigações e dar continuidade às diligências, com
intuito de responsabilizar os envolvidos nesta organização criminosa”.
O promotor de
Justiça Cláudio Galo Souza disse que a segunda fase da Operação Carcinoma foi
proveitosa, com a produção de elementos que ratificam as denúncias oferecidas
pelo Gaeco. Segundo ele, "As investigações prosseguem em busca de
informações, com o fim de identificar novos fatos e agentes
transgressores".
Na primeira
fase da operação, em dezembro de 2015, foram cumpridos 21 mandados de
prisão, dos quais 11 contra oficiais da Polícia Militar e um contra uma
funcionária administrativa contratada pela PM. Também foram cumpridos cerca de
40 mandados de busca e apreensão, principalmente em bairros da zona oeste,
incluindo um condomínio de luxo na Barra da Tijuca.
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