O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), marcou
para amanhã (17) a eleição da comissão especial que analisará o pedido
de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A decisão foi tomada após o
Supremo Tribunal Federal (STF) concluir o julgamento dos embargos e
depois da reunião que Cunha teve com os líderes partidários para
deliberar sobre o rito de tramitação do processo.
Cunha convocou
sessão extraordinária da Câmara para amanhã, às 10h, e deu prazo aos
líderes partidários até 12h para indicar os nomes dos parlamentares
para a comissão especial. A eleição será iniciada logo após atingir o
quorum de 257 deputados no plenário. Segundo Eduardo Cunha, a eleição do
presidente e do relator da comissão será realizada amanhã mesmo. "Será
eleita a comissão especial, instalada e eleitos o presidente e relator”,
disse ele.
Embora discordando da decisão do STF sobre os
embargos, Cunha disse que “a decisão é que tem que ser submetida à
ratificação do plenário a indicação do partido. A forma como será feita,
vai ser definida na hora. Vou respeitar a decisão do Supremo, embora
não concorde com ela. Porém, a decisão não sanou algumas dúvidas, então
vamos ter ainda que definir", afirmou.
Cunha disse que ainda não
sabe como será a escolha do presidente e do relator da comissão, uma vez
que não tem regra para isso. “Eu não sei como vai ser a eleição”,
disse Cunha, acrescentando que as tradições da Casa já foram jogadas
fora. Mesmo com a decisão do STF de não acatar os embargos apresentados
pela Câmara, Cunha disse que o processo de impeachment será tocado com a
maior celeridade: “Vamos votar muito rápido. Se o PT quer celeridade, é
só apresentar a defesa [da presidenta] antes do prazo de dez dias”.
Pelas
regras do processo de impeachment, a comissão será formada por 65
deputados titulares e igual número de suplentes, a serem indicados pelos
respectivos líderes das bancadas, de acordo com o tamanho dos partidos
na Câmara. Para ser eleita, a chapa precisará da maioria simples dos
votos, desde que votem no mínimo 257 deputados.
Iniciado o
processo de impeachment, a presidenta Dilma Rousseff terá o prazo de 10
sessões plenárias da Câmara para apresentar sua defesa e os integrantes
da comissão terão direito a cinco sessões para apresentar e votação do
parecer do relator sobre se o processo deve ser aceito e prosseguir ou
se será arquivado.
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