Com a edição extra do Diário Oficial da União na mão, com a publicação da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro chefe da Casa Civil, o líder do PT, deputado Afonso Florense (BA), disse que o telefonema na tarde de hoje (16) da presidenta Dilma Rousseff ao ex-presidente
foi “um ato estritamente administrativo”, onde a presidenta conversava
com Lula sobre as providências para a publicação do ato de nomeação. A
conversa foi gravada pela Polícia Federal e divulgada pela imprensa.
O líder criticou a atitude da oposição que, no Salão Verde e no plenário da Câmara, protestou contra a nomeação do ex-presidente,
pediu a prisão dele e a renúncia da presidenta Dilma Rousseff e
provocou a obstrução da votação de uma medida provisória que estava em
discussão no plenário. Ele pediu serenidade de todos e cautela nessa
situação.
“O pedido de impeachment vai ser apreciado de
acordo com o devido processo legal como foi reiterado pelo Supremo.
Quero apelar pelo respeito às pessoas e à integridade física e o
respeito devido ao processo legal. Estou fazendo esse pronunciamento com
o propósito exclusivo de dirimir qualquer dúvida de que ato
administrativo constate do Diário Oficial teve como providência
um telefonema gravado e divulgado”, disse o líder petista. “Quero pedir
serenidade, tranquilidade das pessoas e o empenho dos formadores de
opinião para promovermos o debate político no espaço da civilidade e da
paz social”.
O vice-líder do governo, deputado Paulo Pimenta
(PT-RS), disse que a gravação e a divulgação da conversa da presidenta
Dilma com o ex-presidente Lula foi um “ato ilegal que afronta o estado
democrático e afronta a democracia”. Ele criticou o juiz Sérgio Moro,
responsável pela Operação Lava Jato. “Queremos denunciar a gravidade do
que está ocorrendo, é um estado de exceção. O Supremo Tribunal Federal
precisa se pronunciar imediatamente a respeito desse abuso que foi
cometido pelo juiz Sérgio Moro no dia de hoje”.
Segundo o
petista, o juiz Sérgio Moro não podia ter deixado vazar o telefonema da
presidenta com o ex-presidente. Pimenta disse que mesmo que o juiz
Sérgio Moro tivesse autorizado o monitoramento de uma conversa de Lula e
a conversa ocorresse com alguém que tem foro especial, o material
gravado teria que ser remetido ao Supremo, porque o juiz de primeira
instância perde a prerrogativa de acordo com a Constituição. “Qualquer
estudante de direito ou delegado de polícia sabe [disso]”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi