A defesa do
pecuarista José Carlos Bumlai pediu hoje (11) ao juiz federal Sérgio Moro
dispensa do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como
testemunha de defesa do empresário. O depoimento foi marcado para segunda-feira
(14), às 9h, por meio de videoconferência, na Justiça de São Paulo.
Em troca do
depoimento presencial, Lula mandou esclarecimentos por escrito ao juiz. O
ex-presidente disse que é amigo de Bumlai desde 2002 e que nunca tratou de
assuntos políticos com o pecuarista. Lula também informou que nunca teve
conhecimento de que Bumlai tenha usado a amizade com ele para obter vantagens
em qualquer tipo de negócio.
Os depoimentos
ocorrem na ação penal em que Bumlai e mais 10 investigados na Operação Lava
Jato foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com
a acusação do Ministério Público Federal (MPF), Bumlai usou contratos firmados
com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. Segundo os
procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação
premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi
pago mediante a contratação da Construtora Schahin como operadora do
navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.
Desde o
surgimento das primeiras denúncias, o PT sustenta que todas as doações obtidas
pelo partido foram feitas de forma legal e declaradas às autoridades. A Schahin
afirma que o modelo de contratação dos navios-sonda foi o mesmo praticado pela
Petrobras com todas as concorrentes que prestaram igual serviço.
Confira a
íntegra das informações prestadas por Lula ao juiz Sérgio Moro;
“Conheço o Sr.
José Carlos da Costa Marques Bumlai desde 2002. A partir daí tornamo-nos
amigos, amizade que se estendeu a nossas famílias. Mantivemos convívio próximo
em diversas ocasiões”.
Posso
assegurar com toda certeza que, durante todo esse período de convivência, nas
inúmeras vezes em que estivemos juntos, jamais tratamos de assuntos políticos,
muito menos de eventuais interesses do Sr. Bumlai junto ao governo, órgãos
estatais ou empresas públicas.
Jamais tive
conhecimento de eventual interesse do Sr. Bumlai em negócios relativos a sondas
de prospecção de petróleo, seja através do grupo Schahin, seja de outros, assim
como jamais manifestei a quem quer que fosse que esse assunto pudesse
causar-lhe problemas ou pedi ajuda para ‘protege-lo’ de um mal cuja existência
desconheço.
“Nunca tive
notícia de que o Sr. Bumlai pudesse ter se valido de sua relação pessoal comigo
para obter qualquer vantagem ou benefício em qualquer tipo de negócio, com
contraparte pública ou privada.”
“Considero o
Sr. José Carlos da Costa Marques Bumlai um homem de bem, honesto e pai de
família exemplar, tendo-o na mais alta conta.”
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Dag Vulpi