O percentual
de eleitores de Dilma Rousseff que avalia o governo como ruim ou péssimo caiu 5
pontos percentuais: de 53% para 48%. O levantamento considerou os brasileiros
que votaram na presidenta no segundo turno das eleições de 2014 e foi o único
recorte com variações acima da margem de erro na pesquisa Ibope/CNI divulgada hoje (30), em que os demais
percentuais ficaram estáveis.
Entre os
eleitores de Dilma, o percentual que avalia o governo como ótimo ou bom subiu
de 16% para 20%, e o que avalia o governo como regular ficou estável em 30%.
Para o gerente
de pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, Renato da Fonseca, esse
aumento na avaliação positiva do governo entre os eleitores de Dilma pode ter
como explicação a maior polarização política observada nas últimas semanas,
devido ao processo de impeachment da presidenta em curso no Congresso.
“Há aumento de
ótimo ou bom bem acima da margem, o que pode ser resultado dessa maior tensão
que temos visto nos últimos dias com manifestações e da própria resposta do
partido do governo na defesa do governo da presidente e do ex-presidente Lula”,
disse Fonseca destacando porém que, mesmo entre seus eleitores, a aprovação de
Dilma permanece baixa.
O gerente da
pesquisa lembrou que o levantamento foi feito entre os dias 17 e 20 de março,
captando influências na opinião dos entrevistados dos grandes atos contrários ao impeachment de Dilma, em
diversas cidades do país na noite do dia 17.
Recorte
regional
Renato da
Fonseca ressaltou que a região de maior sustentação do governo Dilma continua a
ser o Nordeste, onde a avaliação da gestão dela como ruim ou péssima é de 54%.
Na avaliação geral, esse índice ficou em 69% e nas outras regiões do país ficou
acima de 70%.
A pesquisa
mostra ainda que quanto mais instruída e mais jovem a população, menor a
aprovação do governo e da maneira de Dilma governar. O grupo que mais apoia a
presidenta é o de pessoas com 55 anos ou mais, com 17% dos entrevistados nesse
grupo avaliando o governo como ótimo ou bom.
Áreas
de atuação
A maioria dos
níveis de avaliação do governo por áreas de atuação pesquisadas também ficou
estável em relação à pesquisa anterior, divulgada em dezembro.
A taxa de
juros praticada na economia brasileira continua a ser o ponto de maior
insatisfação dos brasileiros com 90% de desaprovação e apenas 7% de aprovação
na atuação do governo neste setor. A área mais bem avaliada é o combate à fome
e à pobreza, com 69% de desaprovação e 29% de pessoas aprovação dessas
políticas públicas.
Sobre a
avaliação da atuação do governo na área de meio ambiente houve recuperação
acima da margem de erro: a aprovação subiu de 21% para 25% e a desaprovação
caiu de 74% para 68%. Para Fonseca, este resultado se deve ao fato de a
pesquisa de dezembro ter sido feita pouco tempo depois do rompimento de uma barragem de rejeitos de minério em
Mariana, Minas Gerais, considerado o maior desastre ambiental já ocorrido no
Brasil.
A pesquisa Ibope/CNI
entrevistou 2002 pessoas entre os dias 17 e 20 de março, em 142 municípios. A
margem de erro é de dois pontos percentuais.
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