O fundador do
portal WikiLeaks, Julian Assange, garantiu hoje (4) que vai se entregar à
polícia britânica nesta sexta-feira se um painel da Organização das Nações
Unidas (ONU) concluir que ele não foi detido arbitrariamente, após três anos na
embaixada do Equador em Londres.
“Se a ONU
anunciar amanhã [sexta-feira] que eu perdi o meu caso contra o Reino Unido e a
Suécia, devo deixar a embaixada ao meio-dia de sexta-feira e aceitar a detenção
pela polícia britânica, uma vez que deixa de haver uma perspectiva
significativa para um futuro recurso”, afirmou em comunicado.
“Contudo, caso
eu leve a melhor e se conclua que os Estados atuaram ilegalmente, espero a devolução
imediata do meu passaporte e o fim de eventuais tentativas de me prender”,
acrescentou.
O australiano,
de 44 anos, encontra-se na embaixada do Equador em Londres desde 2012, quando
esse país lhe concedeu asilo, em meio a um longo processo legal no Reino Unido,
que terminou com a decisão de sua entrega às autoridades da Suécia, onde é
suspeito de crimes sexuais.
Alvo de um
mandado europeu de detenção, Assange recusa-se a viajar para a Suécia com medo
de ser extraditado para os Estados Unidos, onde poderá ser processado pela
publicação no portal WikiLeaks, em 2010, de 500 mil documentos secretos da
Defesa norte-americana relativos ao Iraque e ao Afeganistão e 250 mil
comunicações diplomáticas.
Em Quito,
horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patiño,
manifestou-se “preocupado” com a saúde de Assange.
Em outubro
último, o governo equatoriano revelou ter pedido ao Reino Unido um
salvo-conduto humanitário para que o fundador da Wikileaks pudesse fazer um
exame médico, sem obter “resposta positiva”.
Por outro
lado, Patiño afirmou, nessa quarta-feira, não ter informação oficial sobre a
decisão do Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da ONU, painel que vai
se pronunciar manhã sobre o caso, a pedido dos advogados de Assange.
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