terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Amazonas tem primeira escola pública bilíngue de japonês e português


A abertura do ano letivo da rede pública estadual de ensino do Amazonas, nessa segunda-feira (15), foi marcada pela reinauguração da Escola Estadual de Tempo Integral Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista, em Manaus. Os alunos da instituição poderão contar com nova infraestrutura e aprender a língua japonesa.

É a primeira escola pública de educação básica a oferecer ensino bilíngue de japonês e português. A estudante Eveny Seixas, que está no 6º ano, aprovou a novidade. “Incrível porque nenhuma escola no Brasil tinha esse tipo de ensino. Eu acho uma experiência muito importante porque meu sonho é ser bilíngue”, disse a aluna.

A Escola Djalma Batista agora tem capacidade para atender a 1.100 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em tempo integral. “É importantíssimo que eles aprendam o que ultrapassa os limites da língua e a cultura, principalmente os valores da cultura japonesa: o respeito à diversidade, ao meio ambiente, uma cultura de paz, de responsabilidade de respeito ao próximo. Que esses alunos possam adquirir esses conhecimentos aqui e, a partir do que aprenderem na escola, ser capazes de, ao chegar em casa, replicar o conteúdo e aplacar, no meio em que vivem, a violência que se vê hoje”, afirmou o gestor da instituição, Orlando Moura,

Para o ensino de japonês, será instalada uma sala temática equipada com modernos aparelhos de áudio, vídeo e leitura. O termo de doação dos equipamentos foi assinado pelo governador do estado, José Melo, e pelo cônsul-geral do Japão em Manaus, Kazuo Yamazaki.

“É um projeto inédito. O governo japonês ficou sensibilizado pela iniciativa do governo do Amazonas, compartilhando a importância da educação. Assim, decidiu colaborar com a escola Djalma Batista no sentido de incluir esse projeto bilíngue”, disse o cônsul.

O governador José Melo destacou que a iniciativa é uma forma de investir na qualificação de mão de obra para o polo industrial da capital amazonense. “Espero que possamos fazer isso com as outras línguas. Temos os coreanos, com uma colônia muito grande, temos os chineses. Olhando o futuro, o Distrito Industrial de Manaus vai ser o modelo econômico que mais crescerá no pós-crise. Tenho visitado muitos empresários que querem vir para cá. Isso vai ser um centro de atração muito grande. Então, temos que preparar nossa mão de obrar para fazer frente aos inúmeros empregos que vêm por aí”, declarou o governador.

O secretário de Educação do Amazonas, Rossiele Soares, reforçou a importância do ensino de japonês no estado. “Nós temos hoje 87 empresas no Distrito Industrial, que têm origem ligada ao Japão. Há muitas pessoas vindas de fora que ocupam cargos. Formar os amazonenses para que possam participar é muito importante para o futuro do estado.

A escola vai contar com cinco professores de japonês, entre eles uma nativa, e um currículo diferenciado por causa do ensino bilíngue. A iniciativa vai ser desenvolvida em parceria com a Associação Nipo-Brasileira da Amazônia Ocidental (Nipaku) e com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

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Dag Vulpi

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