A divulgação
recente de trechos do depoimento, em delação premiada, do ex-diretor da
Petrobras e da BR Distribuidora Nestor Cerveró, no qual cita pagamentos de
propina e distribuição de cargos das estatais a partidos e políticos, provocou
a divulgação de diversas notas públicas.
Reportagens
sobre a delação do ex-diretor da Pebrobras e da BR Distribuidora informaram que
ele relatou que a compra de uma empresa argentina pela petroleira brasileira
envolveu o pagamento de propina de R$ 100 milhões ao governo do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso. Nesse caso, o delator não disse ter participado das
negociações, mas ouvido falar sobre as mesmas, de um diretor da companhia
vendida à Petrobras.
Em sua página
no Facebook, Fernando Henrique Cardoso classificou a declaração de “vaga” e
disse que esse tipo de depoimento tem o intuito de confundir as investigações.
“Afirmações vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual
eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobras já falecido, sem
especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem
elementos que permitam verificação”, disse, em sua página pessoal.
O presidente
do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou que tenha participado das
reuniões mencionadas por Cerveró e disse que já prestou as “informações
requeridas”, mas que está à disposição para “quaisquer novos esclarecimentos”.
O depoimento
de Cerveró é o primeiro que cita que Renan participou, pessoalmente, de
reuniões para tratar do repasse de propinas da Petrobras.
Segundo o
delator, foram duas reuniões, uma em 2009, no Hotel Copacabana Palace, no Rio
de Janeiro, e outra em 2012, no gabinete do senador. Nesta última, segundo o
delator, Renan reclamou da suspensão do repasse de propinas e foi comunicado,
por Cerveró, de que não estava mais arrecadando dinheiro, depois de ter saído
da diretoria da Petrobras e passado para a diretoria da BR Distribuidora. Neste
momento, segundo divulgado pela imprensa, Renan teria anunciado que não ofereceria
mais apoio político a ele. O presidente do Senado nega tudo.
O depoimento
de Cerveró também cita o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o delator, Lula era-lhe grato por ter ajudado a quitar um empréstimo do
PT de R$ 12 milhões e, por isso, o colocou no cargo de diretor financeiro da BR
Distribuidora, em 2008. Cerveró teria intermediado para que o Grupo Shahin
fechasse um contrato de R$ 1,6 bilhão com a Petrobras, na época em que era
diretor da estatal. O empréstimo do PT havia sido contratado pelo pecuarista
José Carlos Bumlai com o Banco Shahin.
Por nota, o
Instituto Lula disse que o ex-presidente já prestou todos os esclarecimentos à
Polícia Federal referentes a esse assunto. Ouvido na condição de informante –
“já que não é investigado e sequer foi arrolado como testemunha na chamada
Operação Lava Jato” – Lula afirmou que Cerveró foi nomeado diretor da Petrobrás
e da BR Distribuidora por indicação de partido da base aliada, segundo a nota.
O instituto negou, ainda, que Lula tenha tido qualquer relação pessoal com
Cerveró, bem como qualquer sentimento de gratidão por ele.
Outro citado,
que rechaçou as informações vazadas à imprensa, do depoimento de Nestor
Cerveró, foi o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). O delator relatou ter
participado de reunião na Casa da Dinda, residência do senador, em Brasília, em
2013, quando era diretor da BR Distribuidora. Na ocasião, ele disse que Collor
declarou ter tido reunião com a presidenta Dilma Rousseff na qual ela havia
repassado ao senador o controle sobre as indicações para a presidência e
diretorias da subsidiária da Petrobras.
Por nota, a
assessoria de Fernando Collor disse que ele só esteve nas dependências da BR
Distribuidora uma vez, para tratar de assunto de interesse do estado de
Alagoas, que passava por situação de “calamidade pública de repercussão
nacional”. “Registre-se que, na ocasião, o pleito de interesse do estado não
foi atendido, o que dá a justa medida da nenhuma influência do senador sobre a
diretoria da referida empresa”, afirmou, em nota.
Segundo
informações divulgadas pela imprensa, Cerveró fez ainda menção a cargos
distribuídos para PMDB, PT e PTB. Os dois primeiros partidos não quiseram
comentar, e o PTB informou que não faz indicações de cargos no governo e, ainda,
que eventuais indicações feitas por parlamentares são de responsabilidade
pessoal de quem o fizer.
FHC.........LULA................collor .............e agora
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