O
representante do governo federal no Conselho de Administração da Petrobras e
professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Segen Estefen disse
hoje (29) que a estatal tem que “arregaçar as mangas” e “sair da letargia” para
trabalhar dentro da realidade atual do mercado internacional de petróleo, com o
barril em torno de US$ 30.
Durante
seminário sobre o impacto da cotação do petróleo na Petrobras, realizado pelo
Instituto Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia
(Coppe/UFRJ), Estefen destacou que a estatal tem estoque de campos de petróleo
em atividade cujos investimentos já foram amortizados e que por isso mesmo
permitem que a companhia “suporte por mais dois a três anos as atividades
exploratórias” com o preço do barril no patamar atual.
“É possível
dar continuidade a essa produção ao custo da extração em torno de US$ 25 o
barril. O problema é quando acabar este estoque e você tiver que investir
novamente. Aí você terá que adequar os custos de extração aos do preço do
barril do petróleo no mercado externo no momento da maturação desses
investimentos”, explicou.
“E a Petrobras
é uma empresa extremamente competente e já tem gente pensando nisso. Ela tem
hoje uma carteira exploratória já em curso que ainda a mantém competitiva em
termos de rentabilidade por um prazo de três a quatro anos. Temos que trabalhar
para que daqui há quatro ou cinco anos consigamos encontrar formas
tecnologicamente inovadoras que coloquem os custos de extração dentro de
padrões que a mantenham rentável”, acrescentou.
Resposta
à crise
Na avaliação do professor da UFRJ, a crise econômica e política em curso tem deixado não só a Petrobras, mas o país “em certa letargia”, que precisa ser superada. “No caso do petróleo, é preciso arregaçar as mangas e trabalhar dentro da realidade de hoje, que é uma realidade de crise e preços baixos das commodities.”
Estefen disse
que reconhecer a crise é um passo importante para a reação. “É preciso sair do
imobilismo e encontrar caminhos alternativos. Não tenho dúvida de que temos
hoje muito mais condições de superar nossas dificuldades. O problema é que
vivemos uma letargia nacional que torna a situação ainda mais crítica do que
ela é”.
Para o mercado
de petróleo, uma das saídas para a crise, segundo Estefen, é usar a ciência,
tecnologia e inovação para baixar os custos de produção. “Com o quadro técnico
hoje disponível na Petrobras há um campo muito grande para nós trabalharmos e
sermos mais efetivos na diminuição dos custos de investimento na produção do
petróleo.”
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Dag Vulpi