O presidente
da Assembleia Nacional venezuelana, Henry Ramos Allup, anunciou ontem (13) que
o órgão decidiu "acatar" a decisão do Supremo Tribunal de Justiça
(STJ) do país, que tinha ordenado a suspensão de três deputados de oposição ao
regime
"Parece
que o deputado Héctor Rodríguez (do Partido Socialista Unido da Venezuela, o
partido do governo), exige que a presidência diga que acata, que cumpre ou
observa (a sentença) e não temos nenhum problema", afirmou Allup.
Henry Ramos
Allup discursou no parlamento, onde anunciou que os três deputados opositores
enviaram uma carta solicitando a "desincorporação" do órgão.
Em declarações
aos jornalistas, informou que, "às vezes, são necessárias tréguas, às
vezes há que sacrificar algumas coisas para salvar outras", lembrando que
era necessário preservar a Assembleia Nacional "dos ataques de quem
pretende pôr o parlamento de patas para o ar".
A aliança
opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) obteve, nas eleições de 06 de
dezembro último, a primeira vitória em 16 anos, conseguindo eleger 112 dos 167
lugares que compõem o parlamento, uma maioria de dois terços que lhe confere
amplos poderes e marca uma virada história contra o regime chavista de Nicolás
Maduro.
No dia 31 de
dezembro, o STJ ordenou a suspensão da posse de três parlamentares da oposição
e de um governista. Com a decisão, apenas 109 deputados da oposição e 54 do
Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) foram declarados aptos para
iniciar funções em 5 de janeiro.
Um dia depois,
em sessão ordinária, Henry Ramos Allup empossou os três parlamentares
opositores, reivindicando a maioria de dois terços no parlamento, ato
questionado pelos deputados simpáticos ao chavismo, que, em protesto,
abandonaram o hemiciclo de sessões.
Na
segunda-feira (11), o STJ declarou que todas as decisões do parlamento seriam
"nulas" enquanto os três membros da oposição permanecessem como
deputados.
Segundo Henry
Ramos Allup, com a desincorporação dos três opositores, a Assembleia Nacional
passa de 167 para 164 deputados, o que "baixa o quórum", mas garante
à MUD os dois terços do parlamento.
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