O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, admitiu hoje (29), em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, que o empresário Milton Pascowitch, um dos delatores do esquema de desvios da Petrobras, pagou a reforma de seu apartamento e de sua casa.
De acordo com
seu advogado, Roberto Podval, Dirceu negou que tenha indicado o
ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, apontado como indicação do
PT, para o cargo. O ex-ministro foi interrogado na ação penal da Lava Jato na
qual é réu.
De acordo com
a defesa do ex-ministro, José Dirceu não recebeu diretamente o dinheiro da
reforma. Acrescentou que o custeio foi feito em razão da amizade entre Dirceu e
Pascowitch. O ex-ministro e mais 15 investigados foram denunciados pelos crimes
de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Além do ex-ministro,
também prestou depoimento hoje Gerson Almada, ex-executivo da empreiteira
Engevix.
A acusação
contra Dirceu e os demais denunciados se baseou nas afirmações de Milton
Pascowitch, em depoimento de delação premiada. O delator afirmou que fez
pagamentos em favor de Dirceu e Fernando Moura, empresário ligado ao
ex-ministro.
Segundo os
procuradores, o dinheiro saiu de contratos entre a Engevix e a Petrobras e
teriam passado por Renato Duque e o empresário Fernando Moura, que assinou acordo
de delação premiada.
José Dirceu
está preso preventivamente desde agosto do ano passado em um presídio em
Curitiba. A defesa do ex-ministro disse que a denúncia é inepta, por falta de
provas. Conforme os advogados, a acusação foi formada apenas com declarações de
investigados que firmaram acordos de delação premiada.
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