O ex-ministro
da Secretaria-Geral da Presidência da República e ex-chefe de gabinete do
ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho, disse hoje (25) que a acusação de que
houve compra e venda de medidas provisórias nos governos de Lula e da presidenta
Dilma Rousseff é absurda.
“O que ofende
o bom senso é essa acusação de que o governo federal, o Executivo, vendeu,
trocou MP [medida provisória] por benefício. Isso é um absurdo total”, disse o
ex-ministro a jornalistas após prestar depoimento na audiência que ouviu
testemunhas indicadas por réus de uma ação penal decorrente da Operação
Zelotes.
A operação,
deflagrada pela Polícia Federal, investiga a manipulação de julgamentos do
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda,
além da suposta compra de medidas provisórias.
Segundo
Carvalho, a acusação contra o governo não tem fundamento. “O que esses
senhores, acusados, fizeram ou não fizeram junto às suas empresas eu não sei,
mas do ponto de vista do Executivo, aí sim eu ponho a mão no fogo total”.
Críticas
O ex-ministro criticou a Zelotes e disse que o foco da operação foi desviado. “O que me ofende é ver a Operação Zelotes abandonar completamente o foco principal, que é buscar recursos de volta para o país daqueles que sonegaram e focar em um assunto muito particular”, disse. Segundo ele, a operação agora "tem um foco no presidente Lula".
O ex-ministro criticou a Zelotes e disse que o foco da operação foi desviado. “O que me ofende é ver a Operação Zelotes abandonar completamente o foco principal, que é buscar recursos de volta para o país daqueles que sonegaram e focar em um assunto muito particular”, disse. Segundo ele, a operação agora "tem um foco no presidente Lula".
"Passou a
ser um objeto de busca, de perseguição do presidente Lula. Eu só estou nessa
história por causa do presidente Lula”, completou.
Durante o
depoimento, Carvalho negou que conheça o lobista Alexandre Paes, preso pela
operação em setembro do ano passado. “Nunca estive com o senhor Alexandre. Não
o conheço. Nunca tomei café com ele”.
Gilberto
Carvalho foi uma das testemunhas ouvidas na audiência de hoje. Lula também
estava entre as testemunhas arroladas, mas a defesa de Paes dispensou o
depoimento do ex-presidente.
Segundo o
advogado de Paes, Marcelo Leal, na última sexta-feira (22), os advogados de
Lula apresentaram uma petição alegando que as informações sobre as medidas
provisórias já foram dadas pelo ex-presidente em depoimento à Polícia Federal.
“Passei a tarde reunido com os colegas que me auxiliam na defesa e chegamos à
conclusão de que, de fato, aquilo que constava do depoimento prestado pelo
ex-presidente Lula no Inquérito 1.621 era suficiente para a prova que
pretendíamos produzir dentro deste processo”, disse o advogado.
Lobby
Segundo Leal,
as testemunhas ouvidas na manhã de hoje vão auxiliar a defesa a mostrar que o lobby é
uma atividade lícita. A defesa tomou, entre outros, depoimento da professora
Andrea Cristina Gozzeto, que tem estudos sobre a atividade. “A primeira
[testemunha] possui doutorado, pós-doutorado sobre o tema de lobby. [Foi
chamada] para que esclarecesse os conceitos básicos de lobby que
parecem ter sido esquecidos, ou convenientemente esquecidos, pela acusação”
disse Leal.
“Na verdade, o
que nós sustentamos é que a atividade do meu cliente foi uma atividade licita,
porque a atividade de lobby é uma atividade licita e que foi
indevidamente criminalizada”, acrescentou o advogado.
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