Quatro
denunciados na Operação Lava Jato ficaram calados durante depoimento prestado
hoje (25) ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. Por
orientação dos advogados, permaneceram em silêncio o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, Roberto
Marques, ex-assessor do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e Júlio César
dos Santos, ex-sócio de Dirceu em uma empresa de consultoria.
Os depoimentos
ocorreram no âmbito da ação penal na qual José Dirceu e mais 15 investigados
foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de
corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
José
Dirceu
A acusação
contra o ex-ministro e os demais denunciados se baseou nas afirmações do
empresário Milton Pascowitch, em depoimento de delação premiada. O delator
disse que fez pagamentos em favor de Dirceu e Fernando Moura, empresário ligado
ao ex-ministro. Segundo o MPF, os valores são decorrentes de contratos da
Empreiteira Engevix e a Petrobras, por serviços de consultoria.
Os depoimentos
de Dirceu e do ex-executivo da Engevix Gerson Almada estão marcados para
sexta-feira (29). Desde o surgimento das primeiras denúncias contra João
Vaccari Neto, a defesa do ex-tesoureiro sustenta que ele somente arrecadou
doações lícitas para o PT, por meio de depósitos bancários e com emissão de
recibos.
Por
determinação do juiz Sérgio Moro, Dirceu está preso preventivamente desde
agosto do ano passado em um presídio em Curitiba. A defesa do ex-ministro afirma
que a denúncia é inepta, por falta de provas. De acordo com os advogados, a
acusação foi formada apenas com declarações de investigados que firmaram
acordos de delação premiada.
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