Louvável a
iniciativa do economista Luciano D'Agostini em mostrar o lado negativo que o
processo de impeachment pode causar na economia brasileira. Infelizmente,
muitos não veem dessa forma, e entre esses que não conseguem enxergar o lado
negativo deste processo, estão exatamente aqueles que mais sofrerão com as consequências
dos respingos na economia.
Muitos dos cidadãos
comuns, aqueles que precisam pagar suas contas em dia, deixam-se levarem por
essa onda do quanto pior estiver o Brasil, mais fácil será para destituir a
presidente, ainda não se deram conta de que quem pagará o preço mais alto serão
eles próprios.
A decisão do
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de autorizar
abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff
repercutiu no setor financeiro. Na avaliação do economista Luciano D'Agostini,
pós-doutorando em macroeconomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), um possível processo dessa natureza é "imprudente" e as
consequência vão "respingar no cidadão". Para ele, a volatilidade
(forte oscilação) da cotação do dólar deve aumentar, assim como o risco país
(que mede o grau do risco que um país representa para o investidor
estrangeiro).
D'Agostini
também cita, como efeito de curto prazo, a possibilidade de mais agências de
classificação de risco rebaixarem a nota de crédito do país para o grau
especulativo. Em setembro, a agência de classificação de riscos
Standard&Poor's retirou o grau de investimento do Brasil, conferido a
países considerados bons pagadores e seguros para investimento estrangeiro.
“Outras agências de classificação de risco poderão rebaixar a nota de crédito
do país de grau de investimento para grau especulativo, nos próximos meses.
Isso significa que os investimentos no país continuarão caindo, o que vai
induzir a mais aumento do desemprego”, disse.
Para o
economista, a abertura do processo de impeachment é imprudente. “Às
vezes, parece que os políticos não estão entendendo qual é a situação que pode
respingar para o cidadão. Tem uma crise política e uma recessão econômica”,
avaliou. Para D'Agostini, os resultados da economia serão ruins pelos próximos
três anos, pelo menos, com aumento do risco país, da dívida pública e do
desemprego, independentemente de quem venha a assumir a presidência, caso Dilma
seja impedida de permanecer no cargo.
"Os
desdobramentos de um possível impeachment neste momento não seriam
bons para a macroeconômica brasileira porque não tem plano de mudança
estrutural da macroeconomia”, acrescentou D'Agostini.
Para o
professor do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP) Fabio
Kanczuk, caso o processo de impeachment seja aberto, o país deve
“parar” devido às incertezas políticas. “O efeito até lá é negativo, mas já é
uma fase meio parada de todo jeito, entre o fim do ano e o carnaval”, disse.
Na avaliação
de Kanczuk, se Temer assumir a presidência, terá melhores condições políticas
para governar e promover reformas macroeconômicas. “É um governo com muito mais
força política, pronto para aprovar as reformas necessárias. Se não for
[aprovado o impeachment], será a continuidade da economia que a gente está
vivendo agora e a retomada do Brasil fica postergada para meados de 2017,
quando começa-se a pensar em eleições de 2018”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi