O presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (22) que é preciso
ter cautela ao analisar o novo pedido de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff, protocolado ontem (21) pela oposição. “O fato de
existir a pedalada não quer dizer que tenha havido o ato da presidente com
relação ao descumprimento da lei. Pode ser feita por vários motivos. Pode ser
uma circunstância de equipe", disse Cunha ao se referir ao atraso no
repasse de recursos a bancos públicos, para pagamento de benefícios.
O novo pedido
também é de autoria dos juristas Hélio Bicudo, ex-integrante do PT, Miguel
Reale Júnior, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique, Janaína
Conceição Paschoal e de partidos contrários ao governo, que em setembro
haviam protocolado pedido semelhante.
A nova versão,
no entanto, contém a recomendação do procurador do Ministério Público junto ao
Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, de abrir um novo
processo para analisar as operações do governo federal, que teriam violado a
Lei de Responsabilidade Fiscal este ano, a partir de demonstrativos contábeis
oficiais da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já encaminhados ao TCU.
Em tom de
cautela, Cunha disse que o novo processo não representa fundamentos para o impeachment.
“O fato, por si só, de haver a pedalada não significa que isto seja razão de impeachment.
Tem que configurar que há atuação da presidente no processo que descumpriu a
lei. Pode existir a pedalada e não existir a motivação do impeachment”,
ponderou.
O presidente
da Câmara disse também que vai passar o final de semana no Rio de Janeiro e
levar uma cópia do pedido para analisar o documento, mas lembrou que não tem
prazo para apresentar sua conclusão. “Esse tempo é indefinido", disse ele.
"A celeridade depende da capacidade de formar o juízo de convicção”,
concluiu.
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