terça-feira, 27 de outubro de 2015

Atuação do BNDES amenizou impacto da crise de 2008, diz Mantega


O aumento da liberação de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) amenizou o impacto da crise econômica iniciada em 2008, disse hoje (27) o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Em depoimento à CPI do BNDES na Câmara, ele declarou que os repasses de títulos públicos ao banco de fomento a partir de 2009 ajudaram a segurar os investimentos das empresas nos últimos anos.

“Em um bom conjunto de anos, nós tivemos um resultado bastante favorável. O PIB [Produto Interno Bruto, soma de tudo o que é produzido] seria menor se não houvesse esse programa”, afirmou Mantega.

O saldo de empréstimos saltou de R$ 43,2 bilhões, no fim de 2008, para mais de R$ 450 bilhões no fim de 2014, impulsionado principalmente pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que financia a compra de máquinas e equipamentos, investimentos em inovação e exportações.

O ex-ministro ressaltou que o saldo do PSI é positivo, mesmo com a elevação de custos para o Tesouro, que transferiu ao banco R$ 455 bilhões em títulos públicos de 2009 a 2014 a uma taxa de juros menor do que a que paga no mercado para captá-los.

Segundo Mantega, que também presidiu o BNDES entre 2004 e 2006, o aumento do custo foi compensado pelo crescimento da economia.

“Não acho que foi um volume excessivo de recursos. Foi de bom tamanho”, declarou. Mantega acrescentou que, à medida que cair a taxa Selic (juros básicos da economia que equivalem ao custo do Tesouro Nacional), o impacto fiscal das transferências para o BNDES também vai diminuir.

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