A derrubada do
veto da presidenta Dilma Rousseff ao projeto de lei que prevê reajustes de 53%
a 78,56% para servidores do Poder Judiciário “é incompatível com a estabilidade
fiscal e o esforço do governo para reequilibrar as contas públicas”, segundo o
ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa.
Em nota
divulgada pelo ministério, Barbosa defende a manutenção do veto, que pode cair
amanhã (22), quando será apreciado no Congresso Nacional.
De acordo com
o comunicado, Nelson Barbosa considerou o aumento “indefensável do ponto de
vista social e fiscal”. O ministro informou que a derrubada do veto dificultará
a intenção do governo de controlar o aumento das despesas de pessoal.
O ministro
disse ainda temer um possível efeito cascata para carreiras correlatas em
outros órgãos e nos estados e municípios. Em maio, o Planejamento estimou que o
aumento teria impacto de R$ 25,7 bilhões nos cofres públicos em
quatro anos.
“Cabe destacar
que, entre 2005 e 2008, todas as carreiras daquele Poder [Judiciário] tiveram
suas remunerações reajustadas em percentuais próximos a 60%. Entre 2009 e 2012,
não houve reajuste, mas, a partir da negociação salarial de 2012, essas
carreiras foram contempladas com o índice de 15,8% pagos em três parcelas
anuais. Ainda como parte da negociação, os servidores tiveram reajuste salarial
de 8,4% em janeiro de 2015”, acrescentou a nota do Ministério do Planejamento.
De acordo com
o comunicado, o ministro reuniu-se com parlamentares e com o Judiciário para
alertar sobre a inviabilidade do aumento e apresentou uma proposta alternativa.
Por um acordo
entre Supremo Tribunal Federal (STF) e Ministério do Planejamento, os
percentuais de aumento individual ficariam entre 16,5% e 41,5%, divididos em
oito parcelas semestrais por quatro anos. A primeira parcela seria paga em
janeiro de 2016, e a última em julho de 2019.
Na
segunda-feira (14), o governo anunciou um pacote para cortar R$ 26 bilhões em
gastos do Orçamento e aumentar receitas em 2016. Entre as medidas está o
congelamento do reajuste dos servidores do
Executivo Federal. Em lugar de ocorrer em janeiro, como de hábito, o reajuste
será concedido a partir de agosto. A proposta do governo é aumento de 10,8% em
dois anos.
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