O presidente
da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (21) que o Supremo Tribunal
Federal (STF) criou um problema, porque não deliberou sobre a data de validade
para a decisão relativa ao impedimento do financiamento empresarial de
campanhas políticas.
“Efetivamente,
estamos com um problema grave. O STF tinha de ter modulado e não tinha quórum
para modular. Vale a partir de quando? Tem de se modular. Tem de se esclarecer
esse episódio”, afirmou.
Segundo o
presidente da Câmara, que defende o financiamento empresarial, a decisão do STF
não tem acordão publicado e nem transitou em julgado. “Estamos tentando ver o
que pode ser feito. Uma questão de ordem ou algo do gênero tem de esclarecer
isso”.
"Defendo
que o Supremo module os efeitos de sua decisão. E defendo que o Poder Executivo
não vete a Lei Eleitoral e deixe que o STF decida de acordo com o texto da nova
lei, se for provocado por uma ação direta de inconstitucionalidade (Adi). Se o
governo vetar a Lei Eleitoral, será uma interferência do Executivo no
Legislativo."
De acordo com
Eduardo Cunha, a decisão do STF pode criar a figura do “doador de aluguel”.
“Daqui há pouco vai surgir a figura de aluguel de doador. As empresas vão
alugar pessoas físicas para doar. Vai aparecer um monte de doador frio, de
laranja.”
Para o
deputado, conseguirá se eleger quem tiver sindicato, "quem estiver na
máquina, tiver corporação ou capacidade de alugar doador. Quem não tiver, pode
desistir de se candidatar", acrescentou.
O presidente
da Câmara disse ainda que verificará com a consultoria da Câmara um esboço
sobre a questão de ordem da oposição, que quer saber o passo a passo sobre os
pedidos de impeachment. Cunha informou que, a partir do esboço da consultoria,
irá decidir sobre a questão de ordem. “Minha intenção é responder esta
semana", concluiu.
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