A recessão
econômica deve compensar o impacto da alta do dólar nos preços, segundo
avaliação do Banco Central (BC), divulgada no Relatório de Inflação, hoje (24).
Segundo o BC,
"o cenário recessivo da atividade econômica deve contribuir para a redução
da trajetória da inflação de preços livres no restante deste ano, mais que
compensando o impacto dos choques cambiais".
O BC também
cita como fatores de compensação as perspectivas mais fracas para a economia em
2016, o atual nível de estoques de produtos e o de melhoras nos preços de commodities (produtos
primários com cotação internacional) e a taxa básica de juros, a Selic, elevada
por sete vezes seguidas.
O dólar está
em alta nos últimos dias. A moeda mais cara afeta a inflação porque torna
produtos importados mais caros. Mas o BC avalia que – com a economia em queda –
esse repasse do câmbio para a inflação deve ser menor. Ontem (23), o dólar
comercial fechou o dia cotado em patamar recorde de R$ 4,146.
No relatório,
o BC também avalia que, “depois de um período necessário de ajustes, que pode
ser mais intenso e mais longo que o antecipado, o ritmo de atividade tende a se
intensificar”. Para que isso aconteça, o BC destaca que é preciso melhorar a
confiança das empresas e famílias.
O BC também
considera que, no médio prazo, o consumo tende a crescer em ritmo menos intenso
e os investimentos devem ganhar impulso. No cenário externo, o BC avalia que o
crescimento da economia global, mesmo moderado, combinado com a alta do dólar,
deve levar ao reequilíbrio das contas externas e ao crescimento sustentável da
economia brasileira.
O BC também
destaca que, “em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à
competitividade da indústria e da agropecuária”. O setor de serviços, por sua
vez, "tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos
recentes”.
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Dag Vulpi