O ex-ministro
Ciro Gomes acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), de ser “um pilantra de quinta categoria” que está “mandando e
desmandando na República.
A declaração
foi dada na segunda-feira (17) à noite, na abertura de um encontro interno do
Pros, em Fortaleza, no qual o ex-governador cearense e seu grupo político
discutiram a migração em massa para o Partido Democrático Brasileiro (PDT).
O Congresso
em Foco teve acesso ao áudio do discurso do ex-ministro da Fazenda, no
governo Itamar Franco, e da Integração Nacional, no governo Lula.
“Não é fácil o
trabalhador chegar em casa e ligar a televisão e assistir à novela
mal-cheirosa, diária, da ladroeira [em referência à roubo], que não poupa mais
ninguém. Pra bem dizer, o presidente da Câmara Federal do Brasil é um pilantra
de quinta categoria que tá aí mandando e desmandando na República”, afirmou
Ciro na reunião.
Ele também
criticou o governo Dilma, que, segundo ele, tem feito “tudo ao contrário” do
que prometeu na campanha eleitoral.
Ciro e seu
irmão, o também ex-governador Cid Gomes, receberam convite do presidente do
PDT, Carlos Lupi, para se filiar à sigla com vistas às eleições presidenciais
de 2018. A ideia de Lupi é lançar Ciro Gomes como candidato.
Outros nomes
do partido, entretanto, como os senadores Cristovam Buarque (DF) e Reguffe (DF)
não concordam com a filiação dos irmãos Gomes.
Cristovam era
tido como nome certo para concorrer novamente à Presidência da República, a
exemplo do que ocorreu em 2006.
A crítica de
Ciro ocorre meses após Cid chamar publicamente Eduardo Cunha e outros “400, 300
deputados” de “achacadores”, ratificando o que ele havia dito a universitários
no fim de fevereiro, quando ele ainda era ministro da Educação.
Após chamar os
deputados de “achacadores”, Cid deixou a pasta. Sua saída foi
anunciada por Eduardo Cunha em plenário, no momento em que o então
ministro ainda discursava.
Na última
segunda-feira, começou, pelo menos de forma oficial, as discussões para que
vários nomes do Pros cearense deixem a legenda e passem a integrar o PDT.
No encontro,
Ciro Gomes disse que seria uma mudança natural sua filiação à sigla de Leonel
Brizola.
Além dos
irmãos Gomes, devem aderir ao PDT outros nomes importantes da política cearense
como a vice-governadora Izolda Cela e vários prefeitos e vereadores ligados à
família.
“O PDT tem
sido aliado nosso em todas as eleições. De maneira que é um passo muito
natural, que é um passo muito coerente para quem está, como nós, obrigados a
tomar essa posição”, defendeu Ciro.
Entretanto, a
posição ainda não está oficializada. Embora, o próprio presidente nacional do
PDT já conte com Ciro e Cid nos quadros do PDT.
Em outro
momento do desabafo, Ciro Gomes também criticou o governo federal. Ele afirmou
que o PT não pode fechar os olhos para as manifestações.
“Não é
simples, nem é fácil a gente ver uma pessoa e um governo que a gente ajudou a
eleger com tanto carinho, com tanto entusiasmo, com sacrifícios… Cid se sacrificou
e muito… Todos os que estão aqui se sacrificaram, correram riscos sérios com
aquele povo em cima do muro, não sei o que e tal. E, com tudo isso, no dia
seguinte, tudo o que a gente achava que ia ser, foi ao contrário”, declarou.
“É o preço da
gasolina, é o preço da energia… [Dilma] Nomeia o cara dos bancos pro Ministério
da Fazenda [Joaquim Levy]… E aquilo que era um conjunto de valores, a questão
nacional, a questão da desigualdade, a questão do valor dos salários como
remuneração do trabalho decente das pessoas, foi esquecido. Isso explica porque
a sociedade brasileira está aborrecida e qualquer governo que queira ter o
mínimo de condições de se reconciliar com sua nação tem que ter humildade para
entender isso”, disparou Ciro.
Depois disso,
ele ainda afirmou que nas manifestações existem “doido de todo o tipo”, mas que
é necessário se respeitar a Constituição.
“Não adianta
desqualificar as manifestações. Tem coisa de todo o tipo, doido de todo o tipo
e modalidade, mas não adianta desqualificar. Aquelas multidões que foram pras
ruas ontem só foram porque tem uma coisa muito errada acontecendo no nosso
país”.
Por isso, Ciro
defendeu que a militância seja focada não somente no respeito às instituições
democráticas e na cobrança sistemática das ações do governo federal. Uma
doutrina que, coincidentemente, tem sido pregada pela cúpula do PDT.
“A crise
política se descomprimiu um pouco. Não que a gente não esteja no meio de uma
crise política muito grave, com potencial muito grave de ameaça ao futuro do
país. Mas aquela escalda de golpe deu uma diminuída grande. O próprio governo
começou a cair em si e começou tomar aqui e ali, ainda muito desorientado,
alguma iniciativa política”, pontuou.
Com
informações Uol
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