A comissão
especial da Câmara dos Deputados que discute a maioridade penal aprovou nesta
quarta-feira (17) o relatório do deputado Laerte Bessa (PR-DF) que reduz de 18
para 16 anos a idade penal para os crimes considerados graves.
O relatório
original previa a redução para todos os casos, mas, após acordo entre os
partidos, o texto foi alterado para prever punição somente aos jovens que
cometerem crimes hediondos (como latrocínio e estupro), homicídio doloso
(intencional), lesão corporal grave, seguida ou não de morte, e roubo
qualificado.
A alteração é
fruto de uma negociação capitaneada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), com o PSDB e lideranças de outros partidos numa articulação para
derrotar o PT, contrário à redução da maioridade. A nova redação do texto não
prevê mais a realização de um referendo popular sobre o tema, como constava no
documento inicial.
Cunha já avisou que pretende votar o relatório no plenário principal no próximo dia 30. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), a matéria precisará de, no mínimo, 308 votos para ser aprovada. Se passar, ela terá ainda que ser votada em segundo turno na Câmara e depois em dois turnos no Senado.
Cunha já avisou que pretende votar o relatório no plenário principal no próximo dia 30. Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), a matéria precisará de, no mínimo, 308 votos para ser aprovada. Se passar, ela terá ainda que ser votada em segundo turno na Câmara e depois em dois turnos no Senado.
Sessão tumultuada
Com bate-boca
e provocações dos dois lados, a sessão foi realizada em um plenário lotado.
Apenas deputados, assessores parlamentares e profissionais de imprensa tiveram
o acesso liberado. Do lado de dentro, era possível ouvir o barulho dos apitos,
as vaias e os gritos de “fora, Cunha” e “não à redução” dos manifestantes, que
se aglomeravam do lado de fora.
No plenário,
os discursos se alternavam a favor e contra o relatório. Ao apresentar as
mudanças no seu texto, Bessa, que é ex-delegado de polícia, fez uma defesa
inflamada da redução da idade penal. “O cidadão de 16 anos sabe muito bem
distinguir entre o que é um ato lícito e um ato ilícito. Não podemos dizer que
um menor de 16 anos é inimputável, isso é um absurdo”, afirmou.
Ele lembrou ainda a sua atuação como policial e disse que quem hoje se diz contrário à redução é porque “nunca esteve na rua para enfrentar um bandido”. “A minha convicção não é só baixar de 18 para 16 anos. Queria pegar mais um pouco, uma lasca desses criminosos, bandidos”, declarou.
O deputado Delegado Éder Mauro (PSD-PA) disse que preferia “encher a prisão de bandido do que o cemitério de gente inocente”.
Ele lembrou ainda a sua atuação como policial e disse que quem hoje se diz contrário à redução é porque “nunca esteve na rua para enfrentar um bandido”. “A minha convicção não é só baixar de 18 para 16 anos. Queria pegar mais um pouco, uma lasca desses criminosos, bandidos”, declarou.
O deputado Delegado Éder Mauro (PSD-PA) disse que preferia “encher a prisão de bandido do que o cemitério de gente inocente”.
Deputados contrários à redução acusaram a comissão de querer atropelar a discussão e votar a matéria na pressa. O deputado Weverton Rocha (PDT-MA) reclamou que os trabalhos no colegiado foram apressados após Cunha anunciar na sua conta no microblog Twitter que votaria o relatório no plenário no final do mês.
A deputada
Margarida Salomão (PT-MG) tentou argumentar que a medida terá pouco efeito
prático para reduzir os problemas de segurança. “Todos nós desejamos que
diminua a violência na sociedade. No entanto, dada a insignificância
estatística da participação de jovens, penso que a redução é uma medida
inadequada”, afirmou.
“A bala não resolve tudo”, protestou a deputada Érika Kokay (PT-DF).
Tensão
Antes mesmo do
início da sessão, o clima já era de tensão. Por conta do tumulto na reunião
anterior do colegiado, que teve até spray de pimenta, o acesso do público ao
plenário da comissão foi proibido. Nos corredores que levam às salas das
comissões, seguranças isolaram a passagem e só liberaram o acesso para
parlamentares, servidores credenciados e imprensa.
Houve
bate-boca quando foi notada a presença da presidente da União Nacional dos
Estudantes, Carina Vitral, que, em princípio, não poderia acompanhar a sessão
do plenário. Aos brados, deputados pediram a saída dela. O presidente da
comissão, André Moura (PSC-SE), porém, decidiu autorizar a sua permanência
desde que ficasse atrás do cordão de isolamento.
Polêmico, o tema mobilizou os deputados de diversos partidos, que compareceram em peso à comissão. Cinco das seis filas do plenário foram ocupadas pelos parlamentares, algo incomum no dia a dia das comissões.
Logo no início, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), coronel da Polícia Militar da reserva, fez uma manobra para garantir a votação.
Polêmico, o tema mobilizou os deputados de diversos partidos, que compareceram em peso à comissão. Cinco das seis filas do plenário foram ocupadas pelos parlamentares, algo incomum no dia a dia das comissões.
Logo no início, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), coronel da Polícia Militar da reserva, fez uma manobra para garantir a votação.
Embora
favorável à redução, ele apresentou um requerimento para retirar o tema de
pauta, sabendo de antemão que os deputados ligados à área de segurança pública,
presentes em maior número na sessão, conseguiriam derrubar o requerimento.
A medida foi
uma estratégia para evitar que novos requerimentos, que pudessem atrasar a
votação, fossem apresentados por partidos contrários à redução. A deputada
Maria do Rosário (PT-RS) reagiu, mas o requerimento de Fraga acabou rejeitado
por 21 votos contrários e 6 favoráveis e, assim, a votação continuou.
Para acelerar a votação, foi aprovada ainda a inversão de pauta, por um placar idêntico de 21 a 6, o que permitiu que fossem puladas etapas burocráticas, como a leitura da ata, e se passasse diretamente à discussão e votação do relatório.
Com
informações do G1
agora quero ver esses bandidinhos
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