Por Emerson Santiago
Extrema-esquerda
é um termo utilizado com frequência no ocidente para designar correntes
políticas que estejam mais à esquerda da orientação socialista
tradicional. O emprego desta classificação pode então, pode ser estendido de
modo genérico a todo partido de ideologia de esquerda, abrangendo várias
escolas do movimento operário, anarquista, anarco-sindicalista e socialista de
esquerda, variando também conforme a mudança dos períodos históricos. Uma
definição precisa é muitas vezes dificultosa pela diversidade deste movimento e
da ausência de estruturas organizacionais sólidas, sendo na maioria das vezes
efêmera.
A tradição do pensamento de
extrema-esquerda remonta ao Socialismo Libertário, e ao anarquismo da Federação
de Jura, integrante da Primeira Internacional.
Importante lembrar que todas
as denominações consideradas de extrema-esquerda não possuem associação
imediata com as ideias de Karl Marx, sendo sua doutrina, o marxismo, tão
somente uma faceta do movimento de esquerda como um todo. É interessante notar
que mesmo para certos setores da extrema-esquerda os partidos comunistas
representam uma degeneração do regime soviético, fruto de uma ditadura estatal
opressora e alienante, que na sua maioria se converteram em partidos burgueses
no período imediatamente posterior ao fim da Guerra Fria, ao aceitar a
participação no modelo parlamentar usual. As correntes políticas que se
auto-intitulam como sendo de ideologia extrema-esquerda procuram muitas vezes
evitar tal classificação, que muitas vezes podem associá-las - indesejavelmente
para seus afiliados - com atividades extremistas.
Com as manifestações de
estudantes em maio de 68, na França, temos o ressurgimento de movimentos de
extrema-esquerda, atuando principalmente na Europa. Suas plataformas
anti-autoritárias, projetadas para treinar militantes, inspirados pelo modelo
leninista de revoluções, se utilizaria largamente da violência, definhando,
porém, com o passar do tempo e a evolução do cenário internacional.
Praticamente no início dos anos 80 este movimento de extrema-esquerda baseado
na Europa, de militância quase fanática irá desaparecer. O movimento anarquista
experimenta também um breve ressurgimento quase na mesma época, e as
organizações de ideologia leninista irão disputar espaço ainda com organizações
de nova orientação, a maoísta.
Mas, de qualquer modo, o
colapso do regime soviético, reconhecidamente um divisor de águas em todo o
movimento de esquerda, de certo modo "liberou" os partidos de
esquerda para assumirem posições mais próximas ou mais distantes da ideologia
de esquerda clássica, sendo que em alguns países como Itália e França, os
partidos comunistas e socialistas de certo modo foram "absorvidos"
pelo sistema democrático dessas duas nações. O partido comunista suíço é, por
assim dizer, o "outro lado da moeda", podendo ser considerado
legítimo representantes da extrema-esquerda atual.
Sendo um oposto lógico da extrema-direita
no espectro ideológico, a extrema-esquerda se concentra nos dias de hoje
especialmente em organizar uma oposição de caráter internacionalista, às
políticas de globalização financeira e ideológica.
Bibliografia:
BRASSEL-MOSER, Ruedi. Extrême-gauche (em francês). Disponível em: <http://www.hls-dhs-dss.ch/textes/f/F27494.php> . Acesso em:26 ago. 2011.
BRASSEL-MOSER, Ruedi. Extrême-gauche (em francês). Disponível em: <http://www.hls-dhs-dss.ch/textes/f/F27494.php> . Acesso em:26 ago. 2011.
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