Por Emerson Santiago
Recebe a
classificação de extrema direita toda manifestação humana que possua
orientação considerada exageradamente conservadora, elitista, exclusivista e
que alimente ainda noções preconceituosas contra indivíduos e culturas
diferentes das de seu próprio grupo. Assim, é considerado de extrema direita o
indivíduo, grupo ou filosofia que se localize mais à direita do pensamento de
direita comum a todas as sociedades do planeta.
Muitas vezes o termo é utilizado para sugerir um individuo ou grupo com
ideias extremistas, preconceituosas ou ultraconservadoras, ou ainda sugere
filosofias ou grupos simpáticos a movimentos históricos de direita, como o fascismo
ou nazismo.
Seja como for, o pensamento de extrema direita em geral está baseado na
crença, muitas vezes messiânica, da condição especial de determinado povo,
cultura ou crença, bem como na iminente ameaça que este grupo irá ou já esteja
sofrendo por parte de outros grupos diferentes em meio ao seu caminho ao
domínio de todas as outras sociedades, sendo necessária a união e mobilização
contra tal ameaça vinda "do outro".
Desde a década de 80 do século XX o termo vem sendo bastante utilizado
para classificar a ideologia de grupos, muitas vezes armados, que patrocinam
através de desfiles e passeatas, na Europa e Estados Unidos, o pensamento do
partido nazista alemão e fazem culto ao seu líder, Adolf Hitler. Estes tais
grupos de extrema direita ficaram conhecidos através da imprensa pelo nome
genérico de neo-nazistas, existindo dentro desses grupos de extrema direita,
porém, as mais diversas ramificações filosóficas. Ultimamente, o termo vem
sendo aplicado também a partidos ultraconservadores presentes especialmente na
Europa, que se apoiam no medo do europeu com relação ao imigrante, que além de
ser promovido como alguém que chega "de fora" para tomar o emprego do
cidadão comum europeu, ainda desvirtuaria a cultura cristã tradicional do
continente com suas diversas religiões, línguas e costumes, com especial
atenção ao islã, que seria uma religião promotora do terrorismo.
Nos Estados Unidos, outro centro importante de atividade de grupos de
extrema direita, pode-se citar nesta categoria a tradicional Ku Klux Klan,
surgida logo após o fim da Guerra Civil
Norte-americana, ativa ainda hoje, e que prega a supremacia da raça
branca (caucasiana), ultranacionalismo e
combate à imigração estrangeira.
A imagem da KKK ficou eternizada em filmes, livros e canções pela
perseguição de negros e mexicanos, realizando muitas vezes linchamentos
fotografados e documentados como ato de validação dos valores de sua
organização. Além da KKK, podemos encontrar nos EUA grupos de extrema direita
baseados nos cultos religiosos, em especial na região do chamado Bible Belt
(cinturão bíblico) região sudeste dos EUA, onde há grupos que seguem uma
filosofia cristã extremamente rigorosa. Aliás, é dessa região que se originou o
termo "fundamentalismo", que foi utilizado pela primeira vez no final
do século XIX para descrever os crentes daquela região. Outra corrente extremista
nos EUA encontra-se baseada em grupos armados, que adotam todo um estilo de
vida à volta da arma e do conceito de proteção contra o inimigo imigrante
estrangeiro, isso sem deixar de mencionar os grupos neo-nazistas, presentes em
todo território norte-americano, muitas vezes mesclando características
similares com as dos grupos armados ou religiosos.
Além de todos esses grupos, podem ser encontrados simpatizantes da
extrema direita nos dois partidos predominantes na política norte-americana, os
partidos Republicano e Democrata, pois, apesar de sempre disputarem o poder a
cada eleição legislativa ou executiva, estes dois partilham muitas ideias
conservadoras que beiram às vezes as ideologias de extrema direita.
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