Por
Dag Vulpi 15/12/2014
Assim
como as formigas carregam folhas de tamanhos variados para seus formigueiros,
igualmente ocorria com os tamanhos e pesos das cruzes que aqueles que haviam
passado dessa para uma melhor carregavam na sua longa jornada rumo a um destino
desconhecido, céu ou inferno, de acordo com o merecimento de cada um.
Distinguem-se,
porém, pessoas e formigas, no fato de que, enquanto a formiga aceita carregar
passivamente sua folha com tamanho e peso diferente das demais, aquela pessoa
que carrega a cruz maior do que a dos outros resolveu reclamar com Deus,
afinal, ela considerava não ser justo carregar uma cruz tão grande enquanto muitos
dos demais carregavam cruzes bem menores, pelo fato de se julgar ter sido uma
pessoa justa quando em vida.
Após
ouvir reiteradas reclamações, Deus, em sua infinita misericórdia aproximou-se
do homem e aconselhou-o a carregar o fardo que havia sido a ele determinado,
afinal, cada um deve carregar sua própria cruz. Após ouvir os conselhos de Deus
o homem resolveu aceita-los e continuou sua jornada rumo ao destino
desconhecido, levando às costas sua enorme cruz. Porém, passados mais alguns
minutos ele voltou a queixar-se, e o motivo desta vez nem era mais o peso da
cruz, pois ele já havia se acostumado com ele, o que o incomodou de fato foi
ele ter identificado entre os demais penitentes três figuras bastante
conhecidas do tempo em que ele ainda transitava entre os vivos carregando
cruzes minúsculas quando compara a dele.
A
cada vez que ele olhava para os lados e via o seu amigo Fernando, que
quando em vida havia desgraçado com a vida de muita gente, a do Luiz, que
apesar de ter ajudado muitos era excomungado por outros tantos, e para a
infeliz da dentuça, todos três carregando aquelas cruzes miúdas, ele
não coube dentro de si, e mais uma vez chamou Deus para fazer uma veemente
reclamação. Deus aproximou-se novamente do homem e tentou acalma-lo dizendo que
Ele havia revisto o livro da sua vida e que tanto o tamanho, quanto o peso de
sua cruz estavam de acordo com tudo aquilo que ele havia feito na terra, porém,
como Deus sabia que um dos maiores defeitos dele era o de quando em vida não
aceitar as coisas como realmente eram, um bom exemplo disso foi o fato de ele
não admitir ter sido preterido nas urnas, e ainda, o fato de naquela caminhada
ter a presença de muitos que o mimavam em suas pirraças quando em vida,
percebendo Deus que a possibilidade de haver manifestações em seu
apoio eram grandes e eminentes, Deus resolveu conceder-lhe o direito
de poder trocar sua cruz com alguém que ele achava que merecia carregar uma
cruz maior que a dele. Ele sentindo-se vitorioso, e de fato, naquela situação conseguiu
vencer "no grito", passou a observar o fardo dos demais, olhou
para o Fernando, olhou para o Luiz e finalmente olhou para a Dilma, pensou
consigo mesmo, agora eu acabo com aquele sorriso amarelo daquela dentuça. Ele explicou
para Deus que não era nada pessoal, mas que havia se decidido por trocar sua cruz,
por aquela que a comunista carregava. Tá certo disse Deus, já que você assim
deseja, e para evitar que comessem a fazer manifestações em seu apoio, assim será
feito, e no mesmo instante a enorme cruz que ele carregava passou para as
costas da Dilma, e a dela, que era muito menor que a dele, apareceu em suas
costas. Porém, para sua surpresa, a cruz que ela carregava, apesar de ser bem
menor, pesava quase o dobro da que ele carregava antes. Aí ele se desesperou ao
ver que a Dilma começou a rir mostrando suas enormes canjicas para ele e, com
toda sua ingenuidade, imaginando ter sido aquela uma gentileza da parte dele, agradeço-o e
falou: “muito obrigado comedor de pão com queijo, foi bom saber que você não é
rancoroso e, mesmo sofrendo derrotas consecutivas em todos os turnos, e de ter
me chamado de leviana, ainda assim fez essa gentileza de trocar sua cruz
levinha pela minha que pesava dez vezes mais. Pode estar certo de que, caso nós
formos para o mesmo local, e se você concorrer a algum cargo eletivo, terá meu
voto”. Aí, ela virou-se para o Luiz, deu uma piscadela para o “cumpanheiro” que
seguia ao seu lado e seguiu sua jornada com aquela enorme, porém levíssima
cruz.
Moral
da história: Cada um deve carregar sua própria cruz e saber que nem sempre a
cruz que parece ser maior necessariamente é a mais pesada.
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Dag Vulpi