André Richter - da Agência Brasil
O
Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar hoje (8) a possibilidade
de o aposentado pedir a revisão do benefício por ter voltado a
trabalhar e a contribuir para a Previdência Social. A questão é
conhecida como desaposentação e terá impacto em 70 mil ações que estão
paradas na Justiça à espera da decisão.
Um dos recursos que serão
julgados é de um aposentado que pediu ao Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) a interrupção do pagamento da atual aposentadoria por
tempo de serviço e a concessão de um novo benefício por tempo de
contribuição, com base nos pagamentos que voltou a fazer, quando
retornou ao trabalho.
Atualmente, o INSS não reconhece a
desaposentação e vai defender a ilegalidade da revisão durante o
julgamento. Segundo o Artigo 18 da Lei 9.528/97, o aposentado que volta a
trabalhar não pode ter o benefício revisado. “O aposentado pelo Regime
Geral de Previdência - RGPS - que permanecer em atividade sujeita a
esse regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da
Previdência Social em decorrência do exercício da atividade, exceto ao
salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado”.
A
decisão que for tomada pelos ministros terá impacto automático em 6.831
processos semelhantes que foram suspensos pelo STF até que a questão
seja julgada. De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito
Previdenciário (IBDP), que vai defender a desaposentação, 70 mil ações
aguardam a decisão do Supremo.
O relator da ação é o ministro Luís Roberto Barroso.
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