Por Rodrigo Penna
Corria
o ano de 2008, Aécio governador da Sesmaria das Geraes. Ocorreu então, no Rio o VII Sitraer, Simpósio de Transporte Aéreo.
E se inscreveram Julio César Diniz de Oliveira, assessor de aeroportos da Setop-MG,
Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, e Marco Antonio
Migliorini, diretor de Infraestrutura Aeroviária. Para
apresentar o agora famoso ProAero (ProAeroNeves).
A peça
publicitária, nos anais do Sitraer pags. 913 a 924, prometia reduzir
de 81 para 56 os aeroportos não pavimentados, aumentar de 13 para 42 os
aeroportos com “Operação VFR – Visual Diurno e Noturno” e de 12 para 27 os com
“Operação IFR – Diurno e Noturno”. E ainda construir, entre 2006 e 2011, 12
novos aeroportos, conforme todas as explicações, atingindo um total de 163
unidades em MG (pág. 923). Cumpriu até aqui em 2014 um terço da meta e fez 2 novos.
O aeroporto do titio, digo, de Cláudio, sequer constava neste link do DER/MG que o Google data como de 16/7/08. Veja em ordem alfabética ao final da postagem. Mas na apresentação no Rio, pag. 921, temos Cláudio, que aparece como “Novos Aeroportos” para 2010. Embora a pista de terra já existisse como mostram estas imagens desde 2002. Nelas também se vê que foi feita, sim, outra pista, ao lado da antiga.
Entretanto, hoje candidato a presidente, Aécio declarou dia 20 de Julho em seu Facebook:
“Não se trata também de construção de um novo aeroporto, mas de melhorias realizadas em pista de pouso que existia há mais de 20 anos no local”.
O
problema para Aécio é que esta declaração é desmentida, como se viu acima, pelo
seu próprio governo à época. E reforça a suspeita já levantada pela Folha de
que o Aécioporto de Cláudio teria sido feito para beneficiar seu tio, então processado devido à pista clandestina feita
pelo avô Tancredo. Além de a si mesmo, já que Aécio admitiu tê-la usado várias vezes para
visitar sua terrinha.
O detalhamento do ProAero também levanta outras questões difíceis de serem respondidas. A menos que se considere que houve critérios pessoais, e não técnicos, na construção e reforma dos aeroportos em Minas. A reforma no aeroporto de Patos de Minas, prevista para 2009, antes de Cláudio, só foi autorizada ano passado, 2013. Aliás, a Construtora Rocha Sousa Ltda é o 8º caso em que encontramos doações (R$50.000) para Aécio, em 2006 (ver TSE). E o valor de R$ 4 milhões hoje é bem menos que os R$ 14 milhões em Cláudio em 2010. Logo, não foi falta de dinheiro.
Na mesma página do Diário Oficial soubemos que a doadora, digo, construtora Vilasa, a de Cláudio, com “dispensa de licitação”, ganhou mais R$ 9 milhões para o aeroporto de Januária, antes previsto para 2009, pag. 920. Muito depois do de Montezuma, cujo balneário o Vi o Mundo desmoralizou de vez, e era previsto para 2010, pag. 921. A empresa que o reformou, a Pavisan, também foi doadora de Aécio. E fez a obra por TP, tomada de preços, sem licitação. Note que Montezuma adiantou para 2008. E pode ter tido até mais, muito mais “melhoramentos”, segundo o Globo. Já que estes de 2008 seriam “as últimas” das reformas em 12 anos tucanos. Parece que este valor "barato" de R$ 309 mil ainda está por ser devidamente apurado.
Assim, o resumo do que temos é que os aeroportos que interessavam ao papai e ao titio de Aécio foram feitos, antes do previsto até. Deixando a maioria dos projetos por fazer. E o candidato mentiu sobre o de Cláudio: não foi reforma, mas outro aeroporto novo.
O pior de tudo é ainda saber que após tanto investimento, os aeroportos reformados como o de São João Del Rei e de Diamantina foram impedidos de operar pela ANAC por falta de bombeiros. É ridículo.
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