Ministro do
STF deve derrubar esta semana o sigilo do inquérito sobre o suposto
esquema de fraudes em licitações de trens e metrô de São Paulo envolvendo
tucanos; "O sigilo eu vou preservar no que a lei impõe, agora, no
mais, não. Vamos abrir inclusive os nomes dos envolvidos", declarou Marco
Aurélio Mello; acesso foi pedido pela comissão de sindicância do MPF, que
investiga atuação do procurador Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso;
sobre o desmembramento do processo, já decidido, o relator do caso Siemens
comentou: "para mim é algo claro, devemos evitar o que houve na AP
470"
As informações
do inquérito sobre o esquema de fraude e pagamento de propina que envolve
políticos do PSDB em São Paulo, conhecido como caso Siemens, podem ser tornadas
públicas. A decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello sobre o assunto pode
sair ainda semana.
Segundo ele,
que é relator do processo, mantido sob segredo de Justiça, apenas informações
que ferem a privacidade dos envolvidos devem ser mantidas em segredo. São citados
na denúncia do caso o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e três
secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB): Edson Aparecido (Casa Civil),
José Aníbal (Energia) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico e Social).
Marco Aurélio
reafirmou que irá desmembrar a ação, como já havia decidido. Desta forma,
apenas políticos com direito ao foro especial serão julgados pelo Supremo, e o
restante pela Justiça Federal de São Paulo.
Segundo ele, a
medida tem como objetivo "evitar o que houve na AP 470", o chamado
'mensalão', processo que, por decisão do plenário do mesmo STF, de 2002, não
foi desmembrado, apesar de apenas três (de 38) réus terem direito ao foro
especial (leia mais).
Abaixo,
reportagem da Agência Brasil a respeito:
STF decide
esta semana sobre compartilhamento de investigação do metrô de SP
André Richter - O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello deve decidir
esta semana se autoriza o compartilhamento das informações do inquérito sobre o
suposto esquema de fraudes em licitações no sistema de trens e metrô de São
Paulo.
O acesso à
investigação foi pedido pela comissão de sindicância do Ministério Público
Federal (MPF) em São Paulo, que verifica a conduta do procurador da República
Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso.
Em outubro do
ano passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou que o
MPF esclareça a suposta falha do procurador que impediu a tomada de depoimento
de três supeitos. A falha fez com que o Ministério Público suíço arquivasse o
processo contra os investigados pelo fato de o MPF em São Paulo não ter
atendido ao pedido, feito em 2011.
O ministro
Marco Aurélio, que é relator do processo que investiga o suposto cartel do
metrô de São Paulo, deverá autorizar a quebra de parte do sigilo da
investigação, além de determinar o desmembramento do processo. Com a decisão,
apenas parlamentares citados no processo devem responder às acusações no STF.
"O sigilo
eu vou preservar no que a lei impõe, agora, no mais, não. Vamos abrir inclusive
os nomes dos envolvidos. E o desmembramento para mim é algo claro, devemos evitar
o que houve na AP 470 [o processo do mensalão]", disse o ministro.
Do Brasil 247
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