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No gráfico acima é mostrada a evolução do Salário mínimo praticado no Brasil num intervalo de vinte e cinco anos, compreendendo o ano de 1986 até o ano de 2010.
Obs. Os números
que são apresentados no gráfico mostram o valor real do salário mínimo, ou seja,
ele está deflacionado. Os valores normais originais podem ser conferidos na
tabela apresentada no final desta postagem, ou se preferir poderá visualizar direto na fonte AQUI.
Veja também no final da postagem o gráfico com a evolução da economia brasileira em comparação com a mundial no período de 1985 à 2010:
Leia também: Evolução da Economia Brasileira e do Mundo
Veja também no final da postagem o gráfico com a evolução da economia brasileira em comparação com a mundial no período de 1985 à 2010:
Leia também: Evolução da Economia Brasileira e do Mundo
Alguns
resultados apresentados no gráfico que mostra a evolução do salário mínimo
praticado no Brasil no intervalo de 25 anos compreendendo 1986 a 2010 merecem algumas
considerações, afinal, nestes 25 anos estiveram à frente da presidência da Republica do Brasil cinco presidentes que governaram de formas bem distintos, foram eles:
José Sarney (PMDB) – 1986/1990
José Sarney (PMDB) – 1986/1990
Assumiu o
governo em 1986 em meio à efervescência política causada pelas grandes
transformações pelas quais passava o país. O Brasil acabará de sair de um
regime militar graças à força de mobilização do seu povo, quando, nos anos de
1983 -1984, pelos quatro cantos do Brasil, milhões de brasileiros saíram às ruas
exigindo eleições diretas, movimento que ficou conhecido por: “diretas já”. Com
a vitória do povo os militares deixaram o poder e Tancredo Neves assumiu,
porém, Tancredo viria a falecer durante o cumprimento de seu mandato. Com a
morte de Tancredo, o então “cacique” do PDS José Sarney assumiu a presidência.
Na semana da
posse presidencial, Tancredo Neves apresentou quadro inflamatório com dores
abdominais, diagnosticado como apendicite. Tancredo descartou qualquer
internação ou intervenção cirúrgica antes da posse. Na noite do dia 14 de março
o agravamento do quadro clínico exigiu uma cirurgia de urgência. Duas correntes
se formaram sobre o quadro político: um grupo desejava que assumisse Ulysses
Guimarães, outro defendia a solução constitucional, que era a posse do
vice-presidente, de acordo com o artigo 76 da Constituição. Sarney, que
resistia a essa solução, se conformou ante a opinião jurídica e tomou posse
como vice-presidente, assumindo a Presidência da República interinamente em 15
de março de 1985. O general Figueiredo, sinalizando para a história a ruptura
institucional com o regime militar, não passa o cargo e a faixa presidencial a
Sarney.
Com o
falecimento de Tancredo no dia 21 de abril, Sarney automaticamente tornou-se
presidente da República. O processo que devia acontecer, segundo o plano da
Aliança Democrática, sem traumas, iniciava-se com o trauma da doença e a sombra
do desastre. O primeiro desafio de Sarney foi resgatar as esperanças. Sua
estratégia foi legitimar-se pela ação.
Às Forças
Armadas deu o espaço institucional que resgatou a ideia da volta aos quartéis
como uma conquista. Aos partidos políticos na clandestinidade, deu o
reconhecimento; à imprensa, a liberdade de expressão; aos sindicatos, a
liberdade de manifestação; convocou eleições e convocou a Constituinte. Retomou
a ideia de uma política externa independente, abrindo o diálogo com a América
Latina, voltando-se para a Argentina. Na ação administrativa, abriu espaço para
as questões até então marginalizadas: a reforma agrária, a cultura, a política
urbana, o meio ambiente; avançou na desburocratização, criou na Fazenda a
Secretaria do Tesouro o SIAFI, unificando o orçamento da União e acabando com a
conta movimento no Banco do Brasil.
Em 1985, no
entanto, o combate econômico encontrava seu desafio na inflação e na recessão
econômica herdadas do governo militar. A população tem expectativas de
transformação da economia que não se alcançava com as políticas tradicionais.
Sarney muda o ministro da Fazenda e, em fevereiro de 1986, lança o Plano
Cruzado.
Apesar de um
crescimento de 8,5% do PIB, a inflação persistia na entrada de 1986, provocando
uma quebra da confiança, elemento essencial na política econômica. Recusando a
receita recessiva convencional, Sarney autoriza o ministro do Planejamento,
João Sayad, a promover uma saída heterodoxa. O economista Pérsio Arida é
enviado a Israel para estudar os planos que ali haviam sido implantados. Em 28
de fevereiro de 1986 Sarney lança o Plano
Cruzado. Entre as medidas de maior destaque do Cruzado estavam o
congelamento geral de preços por doze meses e a adoção do "gatilho
salarial", isto é, o reajuste automático de salários sempre que a inflação
atingisse ou ultrapassasse os 20%. Os economistas temiam que o plano tivesse
caráter recessivo, e Sarney resolveu conceder um abono de 12% sobre o valor
real dos salários. Houve uma explosão de consumo e a incorporação dos
consumidores à ação de cidadania: eles passaram a fiscalizar os preços e a
denunciar as remarcações, ficando conhecidos como "fiscais
do Sarney". O novo ministro da Fazenda, Dilson Funaro, se tornou uma
das figuras mais populares do país. Entretanto o congelamento, distorcendo as
margens de lucro das empresas, levou ao desinvestimento e à queda de produção,
o que resultou numa grave crise de abastecimento, na cobrança de ágio
disseminada e finalmente na volta da inflação.
Fernando Collor
(PRN) - 1990/1992
Foi o
presidente mais jovem da história do Brasil, ao assumir o cargo, na época
com 40 anos de idade, e também o primeiro presidente eleito por voto direto do
povo, após o Regime Militar (1964/1985).
Sucedeu o presidente José
Sarney, nas eleições de 1989. Antes destas eleições, a última vez que o
povo brasileiro elegeu um presidente pelo voto direto, foi em 1961, com a
eleição na época do candidato Jânio
Quadros, como presidente eleito. Assumiu a presidência para um mandato de
quatro anos, compreendido entre o ano de
1990 ao ano de 1994. Porém, diante da
indignação popular em relação ao grande esquema de corrupção, do
congelamento das contas bancárias, da alta inflação entre outras, no ano
de 1992 milhares de brasileiros saíram às ruas em passeatas
pedindo sua saída do poder num movimento
que ficou conheci por: “Fora Collor“. Seu mandato foi cassado através de um
Impeachment e seu mandato foi interrompido em 1992.
Itamar Franco
(PMDB) - 1992/1994
Em 1988,
uniu-se ao governador de Alagoas Fernando Collor de Mello para lançar
uma candidatura à Presidência e Vice-presidência do Brasil, pelo Partido da Reconstrução Nacional(PRN).
Itamar, como Vice-presidente, divergia em diversos aspectos da política
econômico-financeira adotada por Collor, vindo a retirar-se do PRN e voltando
ao PMDB em 1992. Seguindo o impeachment do
presidente, assumiu interinamente o papel de chefe de Estado e chefe de governo
em 2
de outubro de 1992 e o papel de Presidente da República em 29 de
dezembro de 1992 3 4 .
Foi em seu governo que foi realizado um plebiscito
sobre a forma de governo do Brasil, que deveria ter sido feita há 104 anos;
o resultado foi a permanência da repúblicapresidencialista no
Brasil. Outro fato marcante em sua gestão foi a idealização e lançamento
do Plano Real, para a maioria dos analistas ele é o verdadeiro pai do
Real.
Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) – 1995/1998 e 1998/2002
É comumente
referido pelo acrônimo de seu nome completo FHC. Em outubro de
1994, FHC foi eleito presidente da República em primeiro turno, tendo sido
fundamental para a sua eleição o sucesso do Plano Real, iniciado e colocado em
prática por ele enquanto Ministro da Fazenda de Itamar
Franco, sendo o plano finalizado pelo presidente Itamar Franco durante o
mandato de seu ministro da fazenda Rubens
Ricupero, em junho daquele ano. Fernando Henrique Cardoso, tendo em
vista ter posto em prática o Plano Real e para favorecer sua eleição — então
com a concordância de Itamar, que o apoiava — assinou as cédulas da nova moeda
Real, embora quando elas entraram em circulação ele já não fosse mais ministro
havia 4 meses. . A este respeito, deve-se ressaltar que Fernando Henrique
Cardoso saiu do cargo de Ministro da Fazenda pois não mais poderia permanecer
empossado em decorrência do prazo de seis meses que todo candidato ocupante de
cargo público tem para se desincompatibilizar e concorrer às próximas eleições
— no caso, as eleições presidenciais de 1994.
Fernando
Henrique tomou posse como presidente em 1 de janeiro de 1995, tendo nos dois
mandatos como vice-presidente o ex-governador de Pernambuco e
senador Marco Maciel, do PFL. Na cerimônia de posse, no Congresso Nacional, FHC prometeu
acabar com a fome e a miséria no Brasil. Reafirmou compromissos de campanha e
disse que sua eleição representou uma "opção clara dos eleitores pela
continuidade do Plano Real".
A política de
estabilidade e da continuidade de reformas para a finalização do Plano Real foi
o principal apelo da campanha eleitoral de 1998 pela reeleição de FHC, tendo
vencido novamente no primeiro turno. FHC conseguiu para suas eleições à presidência
e base de apoio ao seu governo no Congresso Nacional os apoios do PSDB,
do PFL, do PTB (que apoiou FHC nas duas
eleições presidenciais), do PPB e de parte do PMDB.
No primeiro
mandato, FHC conseguiu a aprovação de uma emenda constitucional que criou a
reeleição para os cargos eletivos do Executivo, sendo o primeiro
presidente brasileiro a ser reeleito.
Na área
social, o governo FHC introduziu o primeiro programa de distribuição direta de renda,
o Bolsa
Escola (posteriormente transformado no Bolsa
Família no início do governo Lula), beneficiando mais de 5 milhões de
famílias. A Rede de Proteção Social, um programa
complexo de distribuição de renda contemplou diversas ações como o Bolsa
Alimentação, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - (PETI), Auxílio
Gás, entre outros.
O fim de seu
segundo mandato foi marcado por uma crise no setor energético, que ficou
conhecida como Crise do apagão. A crise ocorreu por falta de
planejamento e ausência de investimentos em geração e distribuição de energia,
e foi agravada pelas poucas chuvas. Com a escassez de chuva, o nível de
água dos reservatórios das hidrelétricas baixou e os brasileiros foram
obrigados a racionar energia. A crise acabou afetando a economia, e
consequentemente provocou uma grande queda na popularidade de FHC.
No início de
seu segundo mandato, uma forte desvalorização da moeda provocada por crises
financeiras internacionais (México, Rússia e Ásia) leva o
Brasil a uma grave crise financeira que, para ser controlada, teve como
consequência um aumento dos juros, o que levou aos juros reais mais altos de
sua história e a um aumento significativo na dívida interna.
No governo
FHC, foi implantado o gasoduto Brasil-Bolívia e criado o
Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), que garante mais
recursos para o ensino fundamental. Em 1997, entrou em vigor a atual lei
eleitoral que se pretende definitiva, pois, antes, havia uma lei eleitoral nova
a cada eleição. Com os programas Avança Brasil e Brasil em Ação, foram implementadas obras
de infraestrutura em praticamente todos os estados do país, como os portos
de Pecém (CE), Suape (PE) e Sepetiba (RJ),
duplicação de estradas federais, entre outros.
Foram criadas
novas legislações como o atual Código de Trânsito Brasileiro e
a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Nas eleições
de 2002, seu partido, o PSDB, lança como candidato à presidência o ex-ministro
da Saúde, Planejamento e senador por São Paulo José
Serra, um dos principais colaboradores do governo FHC. Todavia, sai como
vencedor no segundo turno do pleito o ex-sindicalista Luís Inácio Lula da Silva do PT, adversário político e crítico da
política econômica do governo.
O segundo
mandato do presidente FHC findou-se no dia 1º de janeiro de 2003, com a posse
de Luís Inácio Lula da Silva. Para a transmissão do cargo, FHC criou o inédito
sistema de "Governo de Transição", estabelecendo
através da Medida Provisória nº 76 um modelo de partilhamento de pessoal e
dados entre a antiga e a nova equipe que assumiria, contando inclusive com
infraestrutura logística.
FHC foi o
primeiro civil eleito pelo voto direto que conseguiu terminar o mandato de
presidente desde Juscelino Kubitschek e até, aquele
momento, o segundo presidente brasileiro que governou por mais tempo, depois
de Getúlio Vargas.
Sua gestão foi
marcada pela manutenção do plano Real e o incremento das privatizações das
grandes empresas públicas.
Luiz Inácio da Silva
(PT) - 2003/2007 e 2008/2012
Mais conhecido
como Lula. Assumiu a presidência após derrotar nas urnas através do voto
direto, o candidato José Serra PSDB Inácio da Silva, para um mandato de quatro
anos, compreendido entre o ano de 1995 a 1998. Ao término de seu primeiro
mandato FHC disputou o pleito eleitoral para sua reeleição, e, conforme já
havia acorrido nas eleições anteriores, mais uma vez ele se elegeu após impor
uma segunda derrota consecutiva ao candidato Luiz Inácio da Silva. O segundo
mandato foi compreendido entre os de
1998 ao ano de 2002. Sua gestão foi
marcada pela manutenção do plano Real e o incremento das privatizações das
grandes empresas públicas.
Em 1989, realizou-se a
primeira eleição direta para presidente desde o golpe militar de 1964. Lula se candidatou a
presidente e ficou em segundo lugar. No segundo turno Fernando Collor de Mello, candidato do PRN, primeiro colocado no turno
inicial das eleições, recebeu apoio dos meios de comunicação e empresários, uma
vez que estes se sentiam intimidados ante a perspectiva do ex-sindicalista,
radical e alinhado às teses de esquerda chegar à presidência, é eleito
presidente.
A campanha de Fernando
Collor no segundo turno foi fértil em práticas tidas, na época, por
moralmente duvidosas, e que combinavam preconceitos políticos e sociais: Lula
foi identificado como um trânsfuga do comunismo, a
quem a queda do Muro de Berlim havia transformado em
anacronismo, e seus atos políticos-eleitorais (comícios, passeatas) foram
descritos com conotações desmoralizantes (segundo o acadêmico Bernardo
Kucinski tal teria sido facilitado pela infiltração de agentes provocadores
de Collor nos comícios do PT). Collor acusou ainda Lula de desejar sequestrar
ativos financeiros de particulares (o que a equipe econômica do futuro governo
Collor fez após sua eleição).
Articulistas
da grande imprensa pronunciaram-se de forma indecorosa sobre Lula: o
comentarista Paulo Francis o chamou de "ralé",
"besta quadrada" e disse que se ele chegasse ao poder, o país viraria
uma "grande bosta". Além disso, uma antiga namorada de Lula, Míriam
Cordeiro, com a qual ele teve uma filha, surgiu na propaganda televisiva de
Collor durante o segundo turno das eleições para acusar seu ex-namorado de
"racista" e de ter lhe proposto abortar a filha que tiveram.
O PSDB, hoje maior rival
eleitoral do PT, na época declarou apoio oficial a Lula no segundo turno. O
candidato tucano, Mário Covas, que havia ficado em 4º lugar naquela
eleição, subiu em palanques ao lado de Lula em defesa da candidatura petista.
Às vésperas da
eleição, a Rede Globo promoveu um debate final entre ambos os
candidatos e, no dia seguinte, levou ao ar uma versão editada do programa em
sua exibição no Jornal Nacional. O então diretor do Gallup Carlos Eduardo Matheus, entre outros,
sustentou que a edição foi favorável a Collor e teria influenciado o eleitorado (fato
este admitido mais tarde por várias memórias de participantes do evento,
mostrado no documentário Beyond Citizen Kane). A eleição propriamente
dita comportou ainda a alegada manipulação política do sequestro do empresário
do setor de supermercados Abílio
Diniz, que, libertado de seu cativeiro no dia da eleição, seus
sequestradores foram apresentados pela polícia vestindo camisetas do PT (aberto
inquérito para apurar se coube à polícia vestir os criminosos, foi dois anos
depois arquivado por falta de provas).
Apesar da sua
derrota em 1989, Lula manteve sólida liderança no PT, bem como prestígio
internacional, como no destaque obtido [carece de fontes] quando
da fundação do Foro de São Paulo, em São Bernardo do Campo, em 1990. Tratava-se de um
encontro periódico de lideranças partidárias que visava congregar e reorganizar
as esquerdas latino americanas, que estavam politicamente desorganizadas com a
expansão do neoliberalismo após a queda do muro
de Berlim.
Em 1994, Luiz Inácio Lula
da Silva voltou a candidatar-se à presidência e foi novamente derrotado, ainda
no primeiro turno, dessa vez pelo candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, Lula saiu pela
terceira vez derrotado como candidato à presidência da República, em uma
eleição novamente decidida no primeiro turno. No entanto, manteve papel de
destaque na esquerda brasileira[carece de fontes] ao
apresentar-se numa chapa que tinha como candidato à vice-presidência o seu
antigo rival Leonel Brizola, que havia disputado arduamente
com Lula sua ida ao segundo turno das eleições de 1989 como adversário de
Collor. Lula tornou-se um dos principais opositores da política econômica do
governo eleito, sobretudo da política de privatização de
empresas estatais realizadas nesse período.
A
desvalorização do real em janeiro de 1999, logo após a
eleição de 1998,
as crises internacionais, deficiências administrativas como as que permitiram o apagão de 2001, e principalmente
o pequeno crescimento econômico no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso
fortaleceram a posição eleitoral de Lula nos quatro anos seguintes. Abdicando
dos "erros" cometidos em campanhas anteriores, como a manifestação de
posições tidas por radicais, Lula escolhe para candidato à vice-presidência o
senador mineiro e empresário têxtil José
Alencar, do PL, partido ao qual o PT se aliou. A
campanha eleitoral de Lula optou em 2002 por um discurso moderado, prometendo a
ortodoxia econômica, respeito aos contratos e reconhecimento da dívida externa
do país, conquistando a confiança de parte da classe média e do empresariado.
Em 27 de
outubro de 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil, derrotando o
candidato apoiado pela situação, o ex-ministro da Saúde e então senador pelo
Estado de São Paulo José Serra do PSDB. No seu discurso de diplomação,
Lula afirmou: "E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um
diploma superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da
República do meu país."
Em 29 de
outubro de 2006, Lula é reeleito no segundo turno, vencendo o ex-governador
do Estado de São Paulo Geraldo
Alckmin do PSDB, com mais de 60% dos votos
válidos. Após esta eleição, Lula divulgou sua intenção de fazer um governo
de coalizão, ampliando assim sua fraca base aliada. O PMDB passa a
integrar a estrutura ministerial do governo.
Na área
econômica a gestão do Governo Lula é caracterizada pela estabilidade econômica
e por uma balança comercial superavitária. O endividamento
interno cresceu de 731 bilhões de reais (em 2002) para um trilhão e
cem bilhões de reais em dezembro de 2006, diminuindo, todavia a proporção da
dívida sobre Produto Interno Bruto. Concomitantemente, a
dívida externa teve uma queda de 168 bilhões de reais.
Durante o
governo Lula houve incremento na geração de empregos. Segundo o IBGE, de 2003 a
2006 a taxa de desemprego caiu e o número de pessoas contratadas com carteira
assinada cresceu mais de 985 mil, enquanto o total de empregos sem carteira
assinada diminuiu 3,1%. Já o total de pessoas ocupadas cresceu 8,6% no período
de 2003 a 2006.
Na área de
políticas fiscal e monetária, o governo de Lula caracterizou-se por realizar
uma política econômica conservadora. O Banco Central goza de autonomia
prática, embora não garantida por lei, para buscar ativamente a meta de
inflação determinada pelo governo. A política fiscal garante a obtenção de
superávits primários ainda maiores que os observados no governo anterior (4,5%
do PIB contra 4,25% no fim do governo FHC). No entanto, críticos apontam que
esse superávit é alcançado por meio do corte de investimentos, ao mesmo tempo
em que aumento de gastos em instrumentos de transferência de renda como o Bolsa
Família, salário-mínimo e o aumento no déficit da Previdência.
Em seu
primeiro ano de governo, Lula empenhou-se em realizar uma reforma da
previdência, por via de emenda constitucional, caracterizada pela imposição de
uma contribuição sobre os rendimentos de aposentados do setor público e maior
regulação do sistema previdenciário nacional.
A questão
econômica tornou-se consequentemente a pauta maior do governo. A minimização
dos riscos e o controle das metas de inflação de longo prazo impuseram ao
Brasil uma limitação no crescimento econômico, o qual porém realizou-se a taxas
maiores do que foram alcançados durante o governo anterior, com um crescimento
médio anual do PIB de 3,35%, contra 2,12% médios do segundo mandato de FHC mas abaixo da
média republicana do país. Segundo o economista Reinaldo Gonçalves, professor
da UFRJ, em uma comparação de
todos os 29 mandatos presidenciais desde a proclamação da república, Lula fica
na 19ª posição.
Ressalvam os
críticos, no entanto, que os baixos índices inflacionários foram conseguidos a
partir de políticas monetárias restritivas, que levaram a um crescimento
dependente, por exemplo, de exportações de commodities agrícolas
(especialmente a soja),
que não só encontraram seus limites de crescimento no decorrer de 2005, como
também tem contribuído para o crescimento dos latifúndios.
Ao fim de seu
governo, sua popularidade era maior do que a que possuía ao ser eleito, como
ocorreu com poucos presidentes nas democracias do mundo.
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Confira na
imagem abaixo os valores originais dos salários mínimos praticados no Brasil no
período de 1986 a 2014.
As fontes de
pesquisa para esta postagem foram:
- Sites oficiais de economia e finanças
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