Após caso de médica cubana que pediu asilo ao Brasil, colunista da Folha de S. Paulo diz que principal bandeira do ex-ministro e candidato petista ao governo de SP já começa esgarçada
A colunista da Folha de S. Paulo Eliane Cantanhêde já prevê que o caso da médica cubana dissidente vai respingar na campanha de Alexandre Padilha em São Paulo.
“Estava escrito nas estrelas que nem todos os cubanos aceitariam passivamente que os outros estrangeiros do Mais Médicos ganhem várias vezes mais que eles”, diz.
Eliane Cantanhêde
E agora?
O Brasil ficou
às escuras na terça e pegou fogo ontem.
A prisão de
Henrique Pizzolato reacende o caso Battisti. Lula foi particularmente
heterodoxo ao pressionar o STF para manter Battisti no Brasil, irritando a
Itália. E agora?
Battisti,
condenado à prisão perpétua no seu país por terrorismo e assassinato, foi
tratado no Brasil como perseguido político. Pizzolato, condenado aqui por
corrupção passiva, peculato e lavagem, fugiu dizendo-se vítima de
"julgamento de exceção".
Se o Brasil
duvidou da Justiça italiana, a Itália pode duvidar da nossa. Com o agravante de
que Pizzolato tem dupla nacionalidade, dificilmente será extraditado. Se não
for tomar sorvete em Mônaco, vai levar um vidão na Itália. Dinheiro não lhe
falta.
E estava
escrito nas estrelas que nem todos os cubanos aceitariam passivamente que os
outros estrangeiros do Mais Médicos ganhem várias vezes mais que eles. Pior:
que o Brasil pague R$ 10 mil para Cuba e eles embolsem R$ 1 mil. E agora?
O governo Lula
meteu os boxeadores cubanos num avião de Chávez e os despejou rapidinho no
regime dos Castro. Mas a médica Ramona foi esperta: virou caso de mídia, de
política e de Justiça antes que os governos --o dela e o nosso-- acordassem.
Vai que a moda
pega, não haverá apenas uma fila de médicos cubanos pedindo asilo ou refúgio,
mas também um pandemônio na campanha do ex-ministro Alexandre Padilha ao
governo de São Paulo. Sua principal bandeira já começa esgarçada.
Por falar em
campanha, os maiores aplausos para Dilma no congresso do PT que a lançou em
2010 foi quando fechou a cara e jurou que nunca mais haveria apagão neste país.
Aliás, ela fez toda sua carreira no setor de energia... E agora?
Há ainda a
rebelião do PMDB, as suspeitas sobre a vaquinha dos mensaleiros petistas e,
"last but not least", a afronta do vice-presidente da Câmara ao
presidente do STF. Ele trocou o papel institucional pelo de militante aloprado.
E agora?
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Dag Vulpi