A alta de 3,6%
do dólar em janeiro fez a dívida pública líquida cair para o menor nível da
história em janeiro. Segundo números divulgados hoje (28) pelo Banco Central
(BC), a dívida líquida do setor público encerrou o mês passado em 33,3% do
Produto Interno Bruto (PIB), o percentual mais baixo desde o início da série
histórica.
A queda
ocorreu porque o endividamento líquido desconta, da dívida bruta, o que o
governo tem a receber. Com a valorização da moeda norte-americana no mês
passado, os ativos em moeda estrangeira, principalmente as reservas
internacionais, aumentam de valor na conversão em reais, resultando numa dívida
líquida menor.
Segundo o
chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, a
queda da dívida líquida em janeiro será revertida em fevereiro. Isso porque,
neste mês, o dólar caiu 4%. O BC projeta que a dívida líquida do setor público
tenha aumentado 0,3 ponto percentual em fevereiro, fechando este mês em 33,6%
do PIB. Os números finais, no entanto, só serão divulgados no fim de março.
A queda da
dívida pública ocorreu apesar do déficit nominal de R$ 10,476 bilhões em
janeiro, o maior para o mês desde 2006. Diferentemente do resultado primário, o
resultado nominal considera o pagamento dos juros da dívida pública, que
totalizou R$ 30,399 bilhões no mês passado e atingiu o maior valor da história
para todos os meses. Tradicionalmente, a dívida pública sobe quando ocorre
déficit nominal, mas a alta do dólar neutralizou esse efeito.
De acordo com
Fernando Rocha, os gastos com os juros da dívida foram elevados em janeiro por
causa de três fatores: o maior número de dias úteis no mês passado, a inflação
mais alta em dezembro (que impactou os juros dos títulos públicos corrigidos
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o prejuízo do Banco
Central de R$ 3,9 bilhões com as operações de swap cambial, que equivalem
à venda de dólares no mercado futuro. Além disso, o atual ciclo de alta da taxa
Selic – juros básicos da economia – aumenta os juros da dívida.
Em fevereiro,
ressaltou o técnico do BC, a maior parte dos fatores que impulsionaram as
despesas com juros em janeiro foi revertida. A queda do dólar fez o Banco
Central lucrar com as operações de swap e a inflação em janeiro caiu
em relação a dezembro.
Da Agência
Brasil
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