quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Marina feriu de morte a reeleição de Alckmin?


A julgar pela opinião de colunistas alinhados com o PSDB, parece que sim; Geraldo Alckmin é tratado por eles como um candidato que, sem o apoio do PSB, não conseguirá chegar a lugar algum; primeiro, Eliane Cantanhêde afirmou que Marina Silva, ao desviar os socialistas do apoio ao tucano, trabalha para o PT; agora, Reinaldo Azevedo diz que os petistas estão rindo à-toa; ambos já consideram Alexandre Padilha, do PT, favorito; demonstrações de fraqueza e até de desespero não ajudam o governador, que ainda tem outros problemas para enfrentar, como a violência policial e o escândalo do metrô

O PSDB já trata o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como favorito na disputa para o Palácio dos Bandeirantes, em 2014. E as demonstrações de fraqueza interna partem de dois colunistas alinhados com o tucanato paulista: Eliane Cantanhêde, da Folha de S. Paulo, e Reinaldo Azevedo, de Veja. Segundo os dois, a responsável por esse quadro seria a ex-senadora Marina Silva, que, com seu veto à aliança entre PSB e PSDB na disputa estadual, estaria ferindo de morte a candidatura de Alckmin.
Quem primeiro externou preocupação com os movimentos de Marina Silva foi Eliane Cantanhêde na coluna "A tentação hegemônica", de 3 de janeiro (leia aqui). Nela, afirmou que "ao pressionar Eduardo Campos para se descolar da reeleição de Alckmin em São Paulo, Marina Silva favorece diretamente o PT no principal Estado do país". "Caso confirmado o fim da aliança com o PSB, Alckmin não só perde uma legenda como ganha um adversário a mais", prosseguiu.
Alckmin sentiu o baque e fez uma oferta gorda a Eduardo Campos: a vaga de vice, na sua chapa, ao PSB. No entanto, apesar disso, Campos se manteve firme ao lado de Marina – e espera, como contrapartida, que ela seja sua vice em 2014.
Com a quase confirmação de que o PSDB não terá o apoio do PSB em São Paulo, veio um novo sinal de fraqueza. Desta vez, foi Reinaldo Azevedo, quem, hoje, afirmou que o PT está "rindo à-toa" com os movimentos de Marina Silva (leia aqui). Reinaldo também trata Padilha como favorito, uma vez que, num segundo turno contra um enfraquecido Alckmin, teria o apoio de Gilberto Kassab, do PSD, e de Paulo Skaf, do PMDB.
Em sua coluna, Reinaldo bateu duro no governador pernambucano, a quem chamou de inconfiável. "Se Campos desistir mesmo da aliança com os tucanos no Estado — consta que a decisão já teria sido tomada —, parece-me que a reputação do governador sai um tantinho arranhada. Acordos que já estavam num estágio bastante avançado vão sendo rompidos por exigência de Marina. Isso vai criando a imagem de um político inconfiável", disse ele.
Com seus artigos, Cantanhêde e Azevedo sinalizam que, sem o PSB, Alckmin corre sério risco de derrota – o que enfraquece ainda mais um governador já cheio de problemas, como o escândalo do metrô e a onda de violência policial.
Nesta terça, em entrevista coletiva, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que Eduardo Campos é quem mais perde com as posições de Marina. "Se houver veto [de Marina], altera o quadro, mas em prejuízo maior do próprio PSB, o que seria antinatural", afirmou Aécio.
No entanto, quem tem externado maior preocupação são justamente os colunistas alinhados com o PSDB.
Do Brasil 247

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