Quem tem medo
da descriminalização da maconha? Os presidenciáveis, pode-se dizer; de Dilma
Rousseff (PT) a Eduardo Campos (PSB), somente Aécio Neves (PSDB) tocou
recentemente no tema, afirmando ser contra a legalização da canabis; a
presidente e o governador driblam até aqui o assunto; "Uma droga nunca
anda sozinha", rechaçou Dilma na campanha de 2010; mas a legalização pega
fogo no mundo de 2014; após o Uruguai, do presidente Pepe Mujica, ter liberado
plantio, comercialização e consumo, estados americanos do Colorado e Washington
aprovaram uso "recreativo"; em outros 18 Estados dos EUA erva vale
para fins medicinais; Bob Marley (1945-1981) segue sendo ícone dos adeptos;
vídeo com Peter Tosh (1944-1987), de 'arma' em punho
Por Marco
Damiani, do 247
Blog
Dag Vulpi – Pode-se
tapar os ouvidos, fechar os olhos, calar a boca e, sobretudo, apertar o nariz,
mas o fato é que nunca esteve tão aceso no mundo, como agora, o debate sobre a
descriminalização e a legalização do uso da maconha.
No Brasil,
porém, o tema é tabu entre os principais presidenciáveis. Líder nas pesquisas
para a reeleição, a última vez que a presidente Dilma Rousseff tocou no assunto
foi em julho de 2010, ao responder a uma pergunta de repórter quando concorria
pela primeira vez ao cargo.
"Uma
droga nunca anda sozinha", disse Dilma, manifestando posição contrária à
legalização.
Do governador
de Pernambuco, Eduardo Campos, não se tem igualmente declaração recente sobre o
tema. O chefe do PSB, no entanto, tende a se manifestar contrário à liberação,
uma vez que é visto como um forte repressor da droga em seu Estado, conhecido
como o principal produtor da erva no País.
Pelo PSDB do
ex-presidente Fernando Henrique, líder nacional da posição favorável à
descriminalização da canabis, o pré-candidato Aécio Neves também é contra mexer
na atual legislação que aponta o usuário ou como traficante ou como viciado.
Ele sustenta que o uso de drogas consideradas leves, como a marijuana, pode
levar ao uso de drogas mais nocivas à saúde.
Apesar da
verdadeira ojeriza dos presidenciáveis ao tema – que, de resto, já derrubou o
prestígio de políticos em todo o Brasil, especialmente do então candidato a
prefeito de São Paulo, Fernando Henrique, em 1985 -, gostem eles ou não o fato
é que o assunto está na ordem do dia pelo mundo. E não apenas no Uruguai.
Nos Estados
Unidos, após plebiscitos realizados nos Estados de Colorado e de Washington, em
novembro, a maconha foi liberada para uso "recreativo". Em outros 18
Estados a mesma erva já tem autorização para ser usada para fins medicinais.
Pesquisa nacional entre a população americana apontou que 49% dos habitantes do
país são favoráveis à sua descriminalização. "Não é uma das nossas
prioridades", respondeu o presidente Barack Obama quando perguntado sobre
se achava importante reprimir o uso dessa droga.
"Consideramos
como uma infração de trânsito, temos coisas mais importantes a combater",
disse, durante seu mandato, o agora ex-prefeito de Nova York Michel Bloomberg.
No Brasil,
muito em razão do medo disseminado por donos de espaços na mídia tradicional e
familiar, o debate sobre a descriminalização da maconha vem sendo interditado
por ano a fio. E continuará sendo, caso ninguém se apresente formalmente para
levá-lo, consistentemente, adiante. FHC está discreto quanto a isso, mas o
ministro do STF José Roberto Barroso pede uma discussão profunda e responsável
sobre o assunto.
Pelo jeito, os
presidenciáveis preferem manter a discussão longe da campanha – mas e você? Não
acha que é hora de discutir essa incômoda verdade de frente?
Assista a um
vídeo com o cantor jamaicano Peter Tosh:
Via Brasil 247
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