sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Conheça o argentino Lucas Mugni, novo “camisa 10″ do Flamengo

“Mugni tiene todo! Condiciones naturales y un gran carácter, aparece en la adversidad. Es el jugador q mas me gusta del fútbol argentino”. Palavras de Diego Latorre, ex-atacante/enganche argentino que formou histórica dupla com Gabriel Batistuta no Boca Juniors e foi campeão com a seleção argentina na Copa América de 1991. Atualmente Diego Latorre é comentarista do canal de TV Fox Sports da Argentina e colunista do diário Olé.

Homenagem do Colón de Santa Fe ao pibe Lucas Mugni, publicada no twitter oficial do clube

Lucas Andrés Mugni, 22 anos, 1.82m, canhoto habilidoso, é um típico meia de ligação (enganche) made in fútbol argentino.
Lucas Mugni disputou 75 partidas pelo time profissional do Colón de Santa Fe: 53 jogos como titular e 22 saindo do banco de reservas. Marcou 6 gols e ganhou continuidade a partir de fevereiro de 2012 (no torneio Clausura), quando passou a ser dirigido pelo técnico Roberto Sensini.

Mugni é do tipo encarador, ou seja, parte pra cima, busca o drible, a finta. Ele também recua para carimbar a bola na transição ofensiva, capitaneando contragolpes buscando acionar os laterais e os homens de frente com lançamentos de 30, 40 metros. Quando já recebe a pelota na intermediária contrária gosta de efetuar arremates de fora da área e principalmente, protagonizar o chamado “último passe”. No Colón de Santa Fé, Lucas Mugni também era o protagonista nas cobranças de escanteios e faltas (em dois lances) pelos lados do campo ofensivo. Assim, marcou um dos seus 6 gols.


Mugni chegou ao Colón com 10 anos de idade e por duas vezes quase desistiu do sonho de tornar-se um jogador profissional. Aos 14, quando chegou a ficar de fora até do banco de reservas em várias ocasiões, e depois, quando o técnico Fernando Gamboa lhe sacou do elenco profissional. Com o apoio moral do zagueiro Ariel Garcé, dos pais (Miguel e Beatriz), de seus quatro irmãos (Veronica, Javier, Juan e Luís), de Rubén Rossi, coordenador das divisões inferiores e dos treinadores pós Gamboa (Mario Sciacqua e Roberto Sensini), Lucas Mugni encontrou o estímulo necessário para buscar e esperar novas e melhores oportunidades no time principal do Colón.

O meia argentino Lucas Mugni - número 40 - debutando nos profissionais - Clausura 2010
Em 02 de maio de 2010, com a camiseta 40, Lucas Mugni debutou no futebol profissional argentino ao substituir Ricky Gómez na volta do intervalo da partida frente ao Atlético de Tucumán (empate em 0 a 0), na 17 rodada do torneio Clausura. Naquela oportunidade o técnico do Colón de Santa Fe era Antônio “El Turco” Mohamed.

Obsevamos que entre 2010 e 2013 o melhor momento de Lucas Mugni se deu no segundo semestre de 2012, dentro do torneio Inicial argentino e da Copa Sul-americana. Período que também constatamos ter sido o melhor momento do Colón de Santa Fe nos últimos anos. Época em que Mugni despertou o interesse de clubes europeus, como por exemplo, o Atlético de Madrid de Diego Simeone. O jovem enganche argentino do Club Atlético Colón chegou a ser chamado de “Zidane Santafesino”.

O Colón sustentou uma invencibilidade nas 6 primeiras rodadas do campeonato argentino (figurou na liderança em duas delas e terminou no décimo posto) e obteve duas vitórias (3×1 e 2×1) contra o Racing Club na Copa Sul-americana 2012. Resultados que garantiram ao Colón vaga nas oitavas de final, fase em que foi eliminado pelo paraguaio Cerro Porteño.

Em novembro de 2012, quando o Peixe procurava um bom nome para substituir Paulo Henrique Ganso na temporada seguinte, Muricy Ramalho tornou público o interesse do Santos pelo futebol de Lucas Mugni:
“Recentemente a gente foi atrás do camisa 10 do Colón da Argentina, um jogador de 20 anos, participou do Superclássico agora. Um cara com nome esquisito. Mas a gente soube do interesse do Milan e teve de desistir. Não dá para competir”.

Mugni já mostrou que é um meia talentoso, porém, atuações sem brilho, irregulares, marcaram o seu futebol no ano passado. O que é normal para um jogador de 22 anos e também porque o “Colón 2013” (17º no Final e último no Inicial) não colaborou muito com o futebol do jovem enganche, que em novembro chegou a rebater na mídia, críticas que recebeu de parte da torcida sabalera.

Portanto, Lucas Mugni ainda deve ser encarado como uma boa promessa. Precisará receber da comissão técnica do Flamengo uma satisfatória sequência de jogos para que possamos observar se a sua técnica é suficientemente qualificada, sólida, resistente e com prazo de validade generoso para sustentar boas atuações em partidas e competições importantes como, por exemplo, já constatamos em nomes como Ariel Ortega, D’Alessandro, Dario Conca, Walter Montillo, Pablo Aimar e Juan Román Riquelme.

Perfil tático

Lucas Mugni pode atuar tanto a partir dos lados do campo em um 4-4-2 ou 4-2-3-1, como também, da meia esquerda em um 4-3-3, ou ainda, a partir da faixa central do gramado dentro de um 4-3-1-2 ou 3-4-1-2 para ser o principal nome de equipe a tramar tabelas, triangulações e assistências em cada palmo de campo do setor ofensivo.

Colón de Santa Fe
No 4-4-2 do Colón dirigido por Roberto Sensini, Mugni costumava ter o lado esquerdo da segunda linha de 4 como o seu posicionamento de referência. A partir dali, tinha bastante liberdade para se movimentar por outros trechos da cancha, principalmente, quando sua equipe era a detentora da posse de bola. O ex-camisa 10 do Colón buscava um posicionamento mais adiantado que os outros 3 volantes sabaleros e logo atrás da dupla de ataque, configurando uma variação para o 4-3-1-2 durante a transição ofensiva do Colón.

Flagrante tático do 4-4-2 proposto pelo Colón nos 3 a 1 que aplicou no Racing Club, em partida válida pela Copa Sul-americana 2012 
Mugni escalado a partir da segunda linha de 4 mas com liberdade de movimentação pela cancha
Flamengo
Sugerindo uma formação titular e o sistema tático 4-3-3 para o Flamengo 2014, Lucas Mugni atuaria a partir da meia esquerda.Sem a bola, um 4-1-4-1 (com recuos de Everton e Paulinho) como variação ao 4-3-3 de referência:
Lucas Mugni como meia esquerda dentro de possível 433 para o Flamengo 2014
Baseado na possibilidade da permanência do volante Elias no elenco do rubro-negro carioca, sugerimos a escalação de Lucas Mugni pelo lado esquerdo da linha de três meias em um 4-2-3-1:
Lucas Mugni em um Flamengo com Elias e a partir de um 4231
O gol de Lucas Mugni contra o Unión de Santa Fé – clássico Santafesino – quando o camisa 10 do Colón saiu do lado esquerdo do campo ofensivo (seu posicionamento de referência) e foi se apresentar (pedindo a bola) como opção de passe lá do lado direito, onde o seu time realizava uma trama de ataque:

Confira os 6 gols de Lucas Mugni com a camiseta do Colón de Santa Fé:

Dribles e assistências de Lucas Mugni, que apesar de canhoto, sabe usar a perna direita:

* Várias informações contidas neste post foram obtidas através do ótimo trabalho de apuração realizado pelo jornalista argentino Mario Demonte, da Rádio Sol 91.5 – Santa Fé.

Lucas Mugni assinando contrato com o Flamengo - Foto publicada no twitter oficial do Colón
Lucas Mugni assinando contrato com o Flamengo – Foto publicada no twitter oficial do Colón de Santa Fe

Mugni assinando contrato com o Flamengo
Lucas Mugni assinando contrato com o Flamengo – Foto publicada cedida pela assessoria de imprensa do Club Atlético Colón ao diário El Litoral

Mugni é o segundo reforço estrangeiro do Flamengo para a temporada. Nesta semana o clube já apresentou o zagueiro equatoriano Frickson Erazo. Ao todo já são sete reforços. Além de Mugni e Erazo, o Flamengo fechou acordo com o lateral Léo, ex-Atlético-PR, o atacante Alecsandro, ex-Atlético-MG e os meio-campistas Feijão (Bahia), Elano (Grêmio) e Éverton (Atlético-PR). 

Do G1 esportes

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