Inquérito da
Polícia Civil do Maranhão apura influência tanto do Primeiro Comando do
Maranhão (PCM), quanto do “Bonde dos 40” no tráfico de drogas da capital do MA
Instaladas
dentro dos presídios maranhenses, as duas facções criminosas responsáveis por
62 mortes ocorridas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas desde o início de
2013, não só disputam o comando das cadeias do Estado, como também brigam pelo
tráfico de drogas em São Luís. Os grupos conhecidos como "Bonde dos 40” e
“Primeiro Comando do Maranhão – PCM”, comandam o tráfico de drogas ludovicense
de dentro dos presídios.
É o que
apontam as primeiras informações do inquérito instaurado pelo Grupo de Atuação
Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público
do Maranhão (MPMA), e pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais
(Seic) sobre a atuação desses grupos. A disputa interna pelo controle do
Complexo de Pedrinhas, conforme as investigações é uma metáfora da briga pelo
controle e venda de drogas como crack e cocaína em São Luís.
Essas duas
facções dominam a venda de drogas em bairros da periferia da capital maranhense
como Cidade Olímpica e Coroadinho, este último considerado uma das maiores
favelas do Brasil, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Pelas investigações, ambas têm determinadas áreas de
controle de tráfico, mas buscam a expansão de suas atividades criminosas.
Os conflitos
surgem não somente quando há encontro dos rivais nos presídios, mas também
quando há tentativas de invasão das áreas ou tentativas de intimidações de um
grupo em relação ao outro na periferia de São Luís. Ainda pelas investigações,
algumas das brigas nos presídios são uma tentativa de intimidação relacionada
ao controle externo do tráfico na capital maranhense.
Influência
do PCC
Pelas
informações da Polícia Civil, já foram identificados em torno de 40 líderes das
duas principais facções que controlam os presídios do Maranhão. Mais de 100
pessoas já foram citadas pelas investigações. Alguns desses líderes devem ser
transferidos para presídios federais nas próximas semanas.
O Primeiro
Comando do Maranhão (PCM), inspirado no Primeiro Comando da Capital (PCC) de
São Paulo, foi criado em 2011 por detentos do interior do Estado transferidos
para São Luís. Inicialmente, a organização visava apenas se proteger contra
excessos e abusos dos presos da capital. Mas ganhou força nos presídios
maranhenses e, em seguida, atraiu membros do próprio PCC. Os líderes são homens
de aproximadamente 30 anos, conforme as investigações.
Conforme
inquérito instaurado pelo Gaeco do Ministério Público de São Paulo, em novembro
de 2012, existiam pelo menos 30 pessoas ligadas ao PCC dentro do sistema
penitenciário do Maranhão. Além delas, duas pessoas do PCC paulista estavam
dentro das unidades prisionais do Maranhão. A Polícia maranhense afirma que o
PCM hoje é uma espécie de braço avançado do PCC no Estado. O grupo maranhense
tem uma estrutura hierárquica semelhante à organização paulista, com direito a
líderes e soldados. Os integrantes que estão nas ruas são responsáveis pela
parte operacional do grupo, desde ataques até a distribuição e venda de drogas.
Reação
Pelas
investigações, o “Bonde dos 40”, surgiu como uma reação ao PCM, por detentos da
capital maranhense. Os integrantes são mais jovens que o PCM. Mas essa facção
ainda é considerada nova e, pelas investigações, está em fase de consolidação.
Existe uma estrutura hierárquica semelhante ao PCM, mas ainda não totalmente
definida, conforme o inquérito.
Os líderes do “Bonde dos 40” são jovens de pouco mais de 20 anos. O “Bonde dos 40” tem como característica ser mais violento que o PCM. As decapitações em Pedrinhas, em quase sua maioria, são atribuídas a esse grupo. É dessa maneira que o “Bonde dos 40” tenta intimidar os rivais do PCM e expandir seus negócios em São Luís.
Os líderes do “Bonde dos 40” são jovens de pouco mais de 20 anos. O “Bonde dos 40” tem como característica ser mais violento que o PCM. As decapitações em Pedrinhas, em quase sua maioria, são atribuídas a esse grupo. É dessa maneira que o “Bonde dos 40” tenta intimidar os rivais do PCM e expandir seus negócios em São Luís.
Inicialmente,
imaginava-se que o “Bonde dos 40” era apenas uma reação ao PCM, mas as
investigações mostram que o grupo também é responsável pelo controle de algumas
áreas da capital maranhense. Um dos pontos estratégicos do grupo é um bairro
chamado “Cidade Olímpica”. Na região, o grupo busca obter apoio da comunidade
até por meio de músicas publicadas na internet. Segundo os responsáveis pelas
investigações, o “Bonde dos 40” é visto quase como uma “seita do crime”.
Veja vídeo com música do "Bonde dos 40":
Além dessas
duas facções, existem outras três que operam em Pedrinhas, mas ambas sem tanta
expressão. Uma delas é conhecida como “Anjos da Morte” e a outra é a “Bonde dos
400”. A primeira é tida como a primeira organização criminosa a atuar nos
presídios do Maranhão mas foi sufocada pelo PCM. A segunda, a mais recente, é
uma dissidência do “Bonde dos 40”.
Do Ultimo Segundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi