Blog Dag Vulpi
- Depois de as autoridades confirmarem a morte de um manifestante na madrugada
de ontem na região de Entre Ríos, governada por um aliado da presidente
Cristina Kirchner, o governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli —
cotado para disputar a Casa Rosada pela corrente kirchnerista, em 2015 —,
interrompeu uma viagem ao Brasil para anunciar um aumento no soldo dos
policiais. Com os agentes em greve, a onda de saques iniciada na semana passada
em Córdoba se estendeu para as províncias de Catamarca, San Juan, Río Negro,
Chubut, Neuquén, Santa Fé e La Rioja. Desde o início dos distúrbios, foram
registradas três mortes.
Scioli anunciou o reajuste do salário inicial na polícia bonaerense para 8.570
pesos, mas o gesto foi de início rechaçado pela categoria. “Se em outras
províncias conseguiram mais de 10 mil (pesos), por que vamos nos contentar com
migalhas?”, gritou um dos policiais que se manifestavam diante da sede do
governo provincial, em La Plata. “Que vão embora todos os ladrões!”, emendou o
coro dos grevistas. O governador de Córdoba, onde ocorreram as duas primeiras
mortes, já conseguiu um acordo com os agentes, mas a concessão feita estimulou
a repetição dos protestos em outras províncias.
Ao menos inicialmente, o governador de Buenos Aires deu a entender que não se dispõe a negociar com os policiais um valor mais elevado. “Esta é uma decisão, não uma oferta”, afirmou Scioli à imprensa, depois de afirmar que mais de 90% do efetivo está trabalhando normalmente e exigir que a situação de ordem pública seja normalizada. “São grupos minoritários”, disse, referindo-se aos grevistas. “Obviamente, todos querem melhoras, mas em primeiro lugar é preciso garantir a ordem. Sou uma pessoa compreensiva e muito paciente, mas tudo tem limite.”
A crise nas polícias projetou sombras sobre as comemorações na Casa Rosada pelos 30 anos da redemocratização. O chefe de Gabinete de Cristina Kirchner, Jorge Capitanich, relacionou os distúrbios à data. “Não é mero acaso que pretendam abalar as bases de nossa legitimidade democrática neste momento”, disse à imprensa. “São ações deliberadas daqueles que semeiam o caos.”
Correio
Brasiliense
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