Por Pedro
Peduzzi
Blog
Dag Vulpi –
Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o
Brasil ocupa a penúltima posição em um ranking de competitividade
entre 15 países com características socioeconômicas semelhantes. O país está à
frente apenas da Argentina. A posição brasileira é a mesma verificada no
relatório divulgado em 2012. A variação de 13° para 14° se deve à inclusão da
Turquia no levantamento.
O país que
lidera a lista continua sendo o Canadá. O estudo Competitividade Brasil 2013
adota como critério de competitividade oito fatores. Em cinco deles, o Brasil
ocupou posições no terço inferior (entre o 11° e 15° lugar); e nos três
restantes, ocupou o terço intermediário (entre o sexto e décimo lugar). Além do
Brasil, o estudo avaliou África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile,
China, Espanha, Colômbia, Coreia do Sul, Índia, México, Polônia, Rússia e
Turquia.
A pior
situação, segundo o estudo, é a que avalia o peso dos tributos. Neste quesito,
o Brasil aparece como 14° colocado – mesma posição que ocupa no item que avalia
disponibilidade e custo de capital. Nos quesitos infraestrutura e logística e
ambiente microeconômico, o Brasil está em 13°; no relativo a ambiente
macroeconômico, em 10°; em educação, está em nono. Em tecnologia e inovação,
ocupa o oitavo; e no relativo à disponibilidade e custo de mão de obra, o país
ficou em sétimo.
Na comparação
com o estudo de 2012, o Brasil subiu posições em dois aspectos: disponibilidade
e custo de capital, passando de último para penúltimo colocado; e ambiente
macroeconômico, item no qual o país passou da última colocação para a décima.
De acordo com
o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, a melhora na
disponibilidade de custo de capital se deve à queda da taxa básica de juros. “O
problema é que [mais recentemente] essa taxa voltou a crescer”, disse. Já a melhora
do ambiente macroeconômico se deve principalmente à desvalorização cambial.
Por outro
lado, perdeu posições em três aspectos avaliados: disponibilidade e custo de
mão de obra, de quarto para sétimo; infraestrutura e logística, de 12° para
13°; e tecnologia e inovação, item no qual o Brasil perdeu uma posição para a
Índia, passando de sétimo para oitavo no ranking. “É bom reiterar que
algumas dessas posições foram perdidas devido à inclusão da Turquia na pesquisa
referente a 2013”, disse Fonseca.
Para o diretor
de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, apesar das
posições desfavoráveis, o cenário futuro deve apresentar melhoras devido aos
investimentos que têm sido feitos em infraestrutura, especialmente as
concessões no setor. A expectativa é de “ganhos de produtividade na área de
infraestrutura”. Mas para isso, acrescenta, será necessário que tanto o atual
governo como o próximo “joguem tudo” nessa área.
“A conclusão
dos marcos regulatórios é algo positivo. Na nossa percepção, apesar de todas as
dificuldades no processo das concessões, alguma solução pragmática está
ocorrendo ao longo do tempo. Isso está realmente se verificando. Nossas
empresas veem melhorias, por exemplo, no escoamento de aeroportos [já
concedidos]. Com isso, o transporte aéreo certamente será melhor avaliado [nos
próximos estudos], bem como as rodovias. Já as ferrovias ainda estão sob
discussão”, disse Abijaodi.
da Agência
Brasil
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