Polícia federal também deve ouvir
Carolina Perrella, irmã de deputado, e um primo deles, André Almeida Costa,
ambos sócios na empresa fundada pelo senador Zezé Perrella (PDT-MG)
O deputado estadual Gustavo
Perrella (SDD), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), terá que prestar
depoimento à Polícia Federal (PF) na investigação que ocorre em torno da
apreensão de 443 quilos de cocaína em um helicóptero da empresa da família. A aeronave
pertence à Limeira Agropecuária e Participações Ltda e, além do deputado
mineiro, a Superintendência da PF no Espírito Santo, onde ocorreu a apreensão,
também expediu cartas precatórias para que sejam ouvidos em Minas a irmã do
parlamentar, Carolina Perrella, e um primo deles, André Almeida Costa, ambos
sócios na empresa fundada por Zezé Perrella.
Mas o delegado Leonardo Damasceno,
responsável pelas investigações, ressaltou que todos prestarão depoimentos como
testemunhas. "Os donos (do helicóptero) não estão na condição de
investigados", salientou. Por este motivo, segundo o policial, não será
pedida a quebra do sigilo telefônico dos donos da Limeira para verificar troca
de ligações com o piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, funcionário da
empresa que conduzia a aeronave apreendida com a droga.
Depois de a operação ser divulgada,
Gustavo Perrella afirmou que não sabia do voo e que acusaria Antunes por furto
da aeronave, que estaria em manutenção. Damasceno, porém, afirmou que já teve
informação sobre troca de mensagens de texto e telefonemas entre Gustavo
Perrella e Antunes antes do voo que terminou com a prisão do piloto, do
copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26, e de Róbson Ferreira Dias,
de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37, flagrados quando já haviam carregado
parte da droga em um carro no sítio em Afonso Cláudio onde ocorreram as
prisões.
O delegado ressaltou ainda que não
será necessária a quebra de sigilo telefônico dos investigados porque os
telefones celulares dos acusados foram apreendidos e já estão sendo periciados.
"Também já havia sido mencionado pelo piloto que ele (Antunes) tinha
autorização para fazer fretes. Isso não permite concluir que os donos (do
helicóptero) tinham conhecimento do que era transportado", disse. Já
Antunes, segundo o policial, admitiu que "supôs que talvez fosse
droga" o pacote que seria transportado quando foi contratado por Alexandre
Oliveira e, assim como os demais acusados, será indiciado por tráfico de
drogas.
Assembleia. Nesta quarta, 27
foi publicada a exoneração de Rogério Antunes do cargo de agente de serviço de
gabinete 1 da 3ª Secretaria da Mesa da Assembleia Legislativa de Minas, a cargo
do deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT). Ele confirmou aoEstado que
o piloto foi indicado para o cargo em março passado por Gustavo Perrella, que
era seu correligionário antes de se filiar ao Solidariedade. O Ministério
Público Estadual (MPE) vai apurar se Antunes cumpria as quatro horas de
trabalho diárias na Casa, pelas quais recebia salário mensal de R$ 1,7 mil, e
informou que há possibilidade de entrar com ação de improbidade administrativa
- que pode resultar em perda de mandato e inelegibilidade - contra Perrella
caso seja comprovado que o piloto não comparecia no local. Segundo Alencar,
apesar de Antunes ser lotado na 3ª Secretaria, ele era funcionário de Gustavo
Perrella e caberia ao colega controlar o ponto do contratado.
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Dag Vulpi