Por Luis Nassif no GGN
O jogo
politico eleitoral tem tantas nuances que é impossível prever todos seus
desdobramentos.
Tome-se o
episódio da aliança Eduardo Campos e Marina Silva. Dependendo da forma como se
enxerga, o grande derrotado é Aécio Neves. Dependendo da forma, não é.
Nas hostes de
Aécio há clareza sobre dois momentos do jogo: o imediato e o futuro.
Os competidores
de Dilma enfrentam dois grandes desafios: o primeiro, é garantir se haverá
segundo turno; o segundo, definir quem irá para o segundo turno com Dilma.
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A aliança
Campos-Marina resolve o primeiro movimento. Entra os aecistas foi batizado de
lance 2 x 1 -– um movimento resolvendo dois problemas de imediato.
O primeiro
grande desafio do PSDB, agora, é garantir o segundo turno. E o segundo turno só
estaria um pouco mais garantido com a presença eleitoral de Marina Silva e
Eduardo Campos.
Segundo fontes
próximas a Aécio, o partido chegou a tomar assinaturas para viabilizar a Rede.
Considerava-se que, sem Marina, não haveria segundo turno.
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O segundo
desafio era viabilizar o próprio Eduardo Campos. Devido à proximidade de Lula
com ele, temia-se que, chegando próximo à eleição e Campos não conseguindo
deslanchar, Lula encontraria uma saída honrosa para ele.
Agora, os dois
candidatos entram na disputa, reforçando a aposta no segundo turno.
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Aí se entra no
segundo tempo do jogo: Campos e Marina crescerão tanto a ponto de desbancar
Aécio como líder da oposição?
A cautela
mineira não permite avançar em avaliações. No meio do fato, observam, não há
como separar torcida da análise fria. Pode ser que enfraqueça Aécio, pode ser
que não.
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Do lado de
Lula a leitura é quase similar. Sem Campos e Marina dificilmente haveria
segundo turno. Com ambos em uma chapa, poderão tirar a liderança da oposição de
Aécio. Do mesmo modo que a aliança agradou os estrategistas de Aécio, pode não
ter agradado aos de Lula.
Ontem, a
assessoria de imprensa de Lula publicou desmentido à afirmação de um blog da
velha mídia, que tenha considerado desastroso para Dilma o casamento de Campos
com Marina.
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De qualquer
modo, ainda é muito cedo para qualquer avaliação mais profunda. Quem sabe, não
arrisca. Como observa José Dirceu em seu blog, refletindo o mal estar geral –
da situação e da oposição – com a entrevista do marqueteiro do PT à revista
Época, tratando os adversários como “anões”.
“Daí a
impropriedade, para se dizer o mínimo, de certas avaliações, que cheiram
bravata, de que a eleição está ganha ou que a aliança muda tudo. Um pouco de
humildade e realismo. Toda eleição depende da eleição. Pode parecer o óbvio,
mas os últimos meses provam como a conjuntura politica e econômica muda, como
questões internacionais e mesmo fatos políticos ou econômicos internos podem
mudar o rumo de uma eleição”, escreveu ele.
***
O jogo mal
começou.
A melhor parte
do jogo será a discussão sobre o desenho de país que cada uma apresenta, os
pontos de convergência e, especialmente, as novas propostas.
O país chega
ao fim de um ciclo que começa com a estabilidade da economia e com a criação de
um potente mercado de massas. Essa fase se completou.
Agora há que
se pensar no novo tempo.
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