Enviado por Juliana Damasceno
Uma pesquisa
da Universidade de Kansas coloca em discussão as desigualdades sociais e seus
motivos – pela visão dos atingidos. A diferença entre ter e ser, sempre em
discussão nos Estados Unidos e em muitos outros lugares do mundo, foi o centro
do estudo da graduação em psicologia sobre o assunto.
O milionário,
por exemplo, pode explicar que adquiriu sua fortuna às custas de muita luta e
empenho e que seu subordinado não conseguiu o mesmo resultado por não se
esforçar tanto pelo trabalho duro e iniciativas para ser bem sucedido. Já a
americana de baixa renda pode justificar a falta de dinheiro e oportunidades
por ter nascido em um bairro pobre, com pais sem boas condições financeiras,
sem acesso à educação e outras ferramentas que poderiam lhe prover riqueza e
poder.
Em um artigo relacionado, outros professores universitários de psicologia examinaram não apenas as causas das injustiças econômicas no país, mas também porque as pessoas discordam sobre estas desigualdades e se a socidedade pode ser responsabilizada por elas. Segundo eles, ater-se apenas às causas da mazelas sociais dificulta nossa capacidade de avançar em uma solução para o problema.
Para este grupo, importam sim as causas, mas desenvolver a solidariedade no grupo em um amplo grupo de pessoas torna-se muito mais positivo do que discuti-las sem chegar a lugar algum.
Baseando-se em estudos anteriores, os autores argumentam que vários fatores psicológicos sociais são fundamentais para entender por que alguns grupos percebem a desigualdade de maneira diferente dos outros.
Para os grupos
historicamente desfavorecidos, como as mulheres e as minorias raciais, por
exemplo, a igualdade é um objetivo mais importante do que para seus colegas
mais favorecidos. Eles são mais propensos a comparar as circunstâncias
existentes ao ponto ideal ou ao fim de plena igualdade.
Grupos
favorecidos já são mais predispostos a ligar as circunstâncias atuais ao
passado, quando a discriminação era legal ou mais amplamente aceita. Em
outras palavras, eles podem definir a igualdade como algo desprovido de
segregação ostensiva ou institucional.
Da sua "janela"
Grupos
favorecidos e desfavorecidos também podem ver de forma diferente as realidades
atuais de igualdade: enquanto 72% dos americanos brancos acreditam que a
diferença salarial racial diminuiu ao longo dos últimos 10 anos, apenas 38% dos
negros norte-americanos acreditam que a diferença tornou-se menor.
No entanto, os
homens relataram que 40% das mulheres que conhecem deveriam ter salários
menores que os seus, pois consideram o valor injusto. Segundo os pesquisadores,
as pessoas tendem a proteger os grupos aos quais pertencem. E é isso que acaba
por definir o conceito de justo e injusto.
Em contrapartida, os grupos favorecidos não experimentam as sensações de exclusão ou descriminação. São motivados para não perceber as próprias circunstâncias como determinantes em suas escolhas e opções disponíveis. Fazer isso, de acordo com os estudiosos, seria minar a sua responsabilidade. A revista Midwest Estudos em Filosofia publicará a pesquisa na íntegra.
Jornal GGN - Com informações do portal Phys.org.
Em contrapartida, os grupos favorecidos não experimentam as sensações de exclusão ou descriminação. São motivados para não perceber as próprias circunstâncias como determinantes em suas escolhas e opções disponíveis. Fazer isso, de acordo com os estudiosos, seria minar a sua responsabilidade. A revista Midwest Estudos em Filosofia publicará a pesquisa na íntegra.
Jornal GGN - Com informações do portal Phys.org.
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