Por Luis Nassif no GGN
A pesquisa trimestral da CNI/Ibope de avaliação de governo confirmou a melhoria de avaliação do governo Dilma: o percentual de ótimo e bom passou de 31% em julho para 37% em setembro. O percentual dos que aprovam sua maneira de governar passou de 45% para 54% - maioria da população. Os que confiam na presidente aumentaram de 45% para 52%.
A pesquisa analisou 9 áreas de governo. Apenas o combate à pobreza é aprovado por mais da metade da população (51%). As piores avaliações continuam sendo saúde, segurança e impostos.
Dois pontos deveriam merecer a atenção da Presidente:
1. Dentre os itens mais acompanhados pelos pesquisados, não se encontra praticamente nenhum Ministro e pouquíssimas ações de Ministérios. Todo o foco se concentra na presidente.
Confirma a percepção sobre a não visibilidade pública dos Ministros, o que acaba criando o paradoxo da melhora de avaliação da presidente e a piora das ações ligadas ao seu governo.
De fato, mesmo dentre jornalistas não há lembrança de manifestações dos principais Ministros sobre temas ligados à sua pasta.
Ministro que ganhou visibilidade com a crise, Aluízio Mercadante praticamente não se manifesta sobre assuntos de educação. Em uma das áreas críticas do governo – segurança – não se conhece uma manifestação ou um programa novo partindo do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. E o Ministro Alexandre Padilha só ganhou visibilidade com o programa Mais Médicos.
2. O item "Ações do governo ou do Congresso relativa às manifestações", foram recordadas por 33% dos entrevistados em julho. Em setembro, por nenhum.
Os dois pontos são importantes devido aos movimentos avaliados na coluna "Por que a recuperação de Dilma era previsível" (clique aqui).
Depois do chamado "overshooting" para baixo há a volta do pêndulo, embora em níveis inferiores aos da pré-queda. E a opinião pública tende a dar a chamada "segunda chance".
Depois, cabe ao governante se preparar para uma segunda onda de avaliações, mostrando que acordou para a voz das ruas. Isso ocorre com mudanças de estilo, o que exigiria uma pró-atividade pública do governo como um todo - não apenas o da Presidente - e a percepção de que a atenção às manifestações não foi apenas pontual.
O lançamento do sistema de rede do governo permitirá atuar com mais desenvoltura nas redes sociais. Mas falta ainda o maior protagonismo dos Ministos.
A VOLTA DO PÊNDULO
A recuperação de Dilma não a devolveu aos níveis pré-manifestações de julho. O auge da aprovação foi em maio, com 63% de ótmo/bom. Em junho caiu para 31%. Agora, retorna para 37%.
Na outra ponta, os que a consideravam ruim/péssimo saltaram de 7% em maio para 31% em julho e, agora, recuam para 22%.
Esse mesmo desenho observou-se no item “Expectativa com relação ao restante do governo Dilma”. O percentual de ótimo/bom caiu de 65% para 34$ e, agora, sobe para 39%. Enquanto que o percentual de ruim/péssimo – que havia saltado de 8% em março para 31% em julho, recua para 23% na última pesquisa.
O item “Aprovação da maneira de governar da presidente Dilma” só tem duas alternativas: Aprova ou Desaprova, ao invés das 4 categorias das demais (Ótimo, Bom, Regular, Ruim). Nesse ítem, Dilma voltou a contar com a maioria da população aprovando: depois do pico de 79% em março, houve a queda para 45% em julho e o retorno para 54% em setembro. Acompanha de perto o percentual de confiança na presidente Dilma, que saltou de 45% em julho para 52% agora.
A AVALIAÇÃO DOS MINISTÉRIOS
Na Aprovação do governo por área de atuação, não houve pesquisa em julho. Portanto não dá para avaliar o desempenho recente.
Em relação a junho, o resultado foi o seguinte no item desaprovação:
Educação – desaprovação aumentou de 51 para 65%.
Saúde – de 66% para 77%
Segurança Pública – de 67% para 74%
Combate à fome e pobreza: de 38% para 47%
Combate ao desemprego: de 45% para 57%
Meio Ambiente: de 39% para 52%
Impostos: de 64% para 73%
Combate à inflação: de 57% para 68%
Taxa de juros: de 54% para 71%
Comparação com governo Lula: os que consideram pior saltaram de 18% em março para 46% em julho e agora recuam para 42%.
O NOTICIÁRIO SOBRE O GOVERNO
Provavelmente em função do final das manifestações, aumentou levemente os que consideram que o noticiário ficou mais favorável ao governo: de 9% para 12%. Mas saltou de 24% para 43% os que acham que não ficou nem mais nem menos favorável. Enquanto que os que acham que o noticiário ficou mais desfavorável caíram de 55% para 31%.
Os temas das notícias mais lembradas pela população são indicativos.
Na cabeça, 1. A espionagem norte-americana; 2. Políticas e programas sociais; 3. Manifestações; 4 e 5 Economia e medidas econômicas do governo.
No quadro “Notícias lembradas pela população”, não há nenhuma ligada a Ministros do governo Dilma.
Dentre as iniciativas do governo, entram na lista o Mais Médicos (13%) e o Programa Minhas Casa Melhor (1%).
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