segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Alstom e seu legado de corrupção e exploração do Brasil à Palestina

Por Juliana Silva, via GGN

Reportagem da Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários) revela que multinacional francesa Alstom, que supostamente faria parte do cartel para licitações do Metrô de São Paulo e do Distrito Federal e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que está sendo investigado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), estaria defraudando dinheiro público do metrô de Israel. A reportagem fou blicada no mês passado no portal da federação, mas em função das últimas revelações sobre o cartel, nunca foi tão atual. 
Confira a reportagem na íntegra:

Na última sexta-feira (19) a Federação Nacional dos Metroviários recebeu em sua sede a diretora de Relações Internacionais da Campanha Palestina contra o Muro do Apartheid, Maren Mantovani. A ativista esteve em reunião com o presidente da Fenametro, Paulo Pasin, para tratar das ofensivas da multinacional francesa Alstom que se alastra do Brasil à Palestina, além Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) boicote econômico a produtos de Israel. 

A América Latina e o Mercosul representam, segundo os defensores do BDS, o terceiro maior mercado do comércio de Israel depois dos Estados Unidos e União Europeia. O boicote poderia exercer uma pressão contra o expansionismo e a opressão de Israel sobre a população da Palestina. Além do boicote, Maren relatou como a multinacional francesa Alstom vem contribuindo com o processo de colonização da Palestina. “A Alstom é responsável pela construção de um muro de oito metros de altura que irá separar os palestinos e israelenses”, afirmou.

“A multinacional também está envolvida na construção e exploração de uma linha de metrô em Jerusalém”, denunciou Maren. O projeto chamado "Jerusalém Transporte Plano Diretor", promovido pelo governo israelense e a prefeitura de Jerusalém, vem impulsionando a ingerência de Israel contra o povo palestino. 

A empresa Alston cumpre um papel fundamental na tentativa de Israel de fazer a sua anexação ilegal de Jerusalém Oriental palestina de forma abusiva e massacrante. “Além do processo de privatização do transporte local, o que torna a luta comum dos trabalhadores palestinos e brasileiros contra a multinacional, que também enfrentam com precarização do sistema e as relações de trabalho”.

Por isso, a luta contra o Muro do Apartheid está intrinsecamente centrada “contra a colonização e a construção de guetos através de muros, militarização, urbanizações, estradas e infraestruturas exclusivas para judeus destinados à extinção do patrimônio e o futuro do povo e contra a limpeza étnica de Jerusalém e a atual expulsão do povo palestino de suas casas”. 

Mobilização internacional

Maren vem ao Brasil engrossar o movimento de resistência contra a multinacional junto com os metroviários, que sempre tiverem como eixo central uma pauta por um transporte público, gratuito e de qualidade.

Entretanto, a batalha da categoria contra a multinacional Alstom se intensificou com a implantação CBTC no metrô. Em 2008, o governo do estado de São Paulo, Geraldo Alckmim (PSDB), fechou um contrato de R$ 780 milhões para implantação do sistema em três linhas do metrô. Porém, a Alstom que sempre foi denunciada pelos metroviários não compunha nenhuma capacidade técnica para garantir com segurança o serviço proposto.

Pois bem, depois de cinco anos os testes da Linha 2 não funcionam, além disso, os metroviários que trabalham na parte técnica apontaram de forma responsável e comprometida com os usuários e os funcionários problemas sérios de segurança, que tendem se alastrar pelo novo sistema que está para ser implantado: os monotrilhos.

No entanto, nem o poder público e nem a polícia federal local não tomaram nenhuma providencia contra esta multinacional, alias, apenas o Brasil continua a selar e a preservar os contratos que estão enraizados num processo violento de corrupção.

Aos nossos olhos a única certeza que fica é que multinacional Alstom tem carta branca dos governantes para impor sua política “sangue-suga” sobre os trabalhadores, seja no Brasil ou na Palestina, deixando seu rastro de exploração à classe trabalhadora e de ataque à soberania nacional dos países por onde se impõe.

Além de prestar um desserviço e defraudar dinheiro público atribui indiretamente aos usuários do metrô a responsabilidade sobre o processo de exploração contra o povo palestino. “O brasileiro que está utilizando o metrô e pagando R$ 3 reais, está pagando uma parte da colonização palestina”, afirmou Maren.

“Para além do pedido de solidariedade aos metroviários e trabalhadores brasileiros à luta dos palestinos é preciso unidade entre os trabalhadores dos dois países contra as multinacionais. De um lado está imposta a luta de resistência do povo palestino e de outro a exploração contra aos trabalhadores metroviários. Todos contra a Alstom numa luta comum”, afirmou Maren Mantovani. 

“Intercambio poético”

Além da luta de resistência contra a multinacional, Maren traz ao Brasil o projeto de autoria da jornalista Sâmia Gabriela Teixeira, que foi idealizado com um pessoal da rede de movimentos periféricos, de cunho artístico, literário e audiovisual, de intercâmbio sobre culturas de resistência das periferias daqui do Brasil e da Palestina.

Trata-se de um "intercâmbio poético" entre jovens ativistas da Palestina e da Periferia de São Paulo, a partir da vinda do Majed Abusalama, um jovem jornalista de Gaza, Qais al-Hinti, militante palestino-jordaniano da organização cultural Al Hannouneh, e dos rappers Mohamad Antar e Shadia Mansour aqui para o Brasil, para a circulação por alguns saraus periféricos, a produção de um vídeo documentário, uma coletânea bilíngue (português e árabe) de poesias periféricas brasileiras e da palestina e dois shows com artistas brasileiros e os palestinos.

Do lado de cá, a participação dos jovens rappers Sabota Jr. (filho do lendário Sabotage), do jornalista José Francisco Neto (Influência Positiva) e dos poetas Luan Luando e Jairo Periafricania, além de Saraus como Cooperifa e Perifatividade, que complementam o intercâmbio. O projeto visa contar com outros importantes nomes do cenário periférico cultural.


Para Maren é importante expandir o projeto de resistência política e cultural da Palestina com os metroviários e demais trabalhadores do Brasil.

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