sexta-feira, 21 de junho de 2013

O povo que hoje ocupa as ruas poderá ir muito alem


Por Dagmar Vulpi
Talvez para muitos esteja passando despercebido, mas ainda que de forma inconsciente a maioria dos que apoiam e participam do crescente movimento popular que tomou as ruas do pais nos últimos dias e que escancara a insatisfação generalizada contra esse mal que vem sendo arraigado e adubado sistematicamente por deficiências administrativas de nossos governantes, poderão ter suas reivindicações legitimadas através de uma Assembleia Constituinte Exclusiva, que é um mecanismo democrático composto por “NÃO POLÍTICOS” e principalmente de professores universitários, de entendedores de política, cientistas políticos, professores de direito constitucional, etc., para representarem a Nação. Não precisaria de partidos políticos – todos poderiam concorrer.

Não seria oportuno neste caso adotar uma Assembleia Constituinte sem que ela fosse EXCLUSIVA, onde pudessem concorrer para compor aqueles que hoje já se encontram no Congresso, e que certamente sendo eles os responsáveis nada mudariam, eles continuariam a legislar em causa própria, dando continuidade ao processo que desde sempre esteve em curso. Não faria diferença ter uma Constituinte ou fazer uma emenda constitucional. Sendo a Constituinte formada por políticos, aqueles formatariam uma possível nova Constituição conforme seus próprios interesses. 

Se nós analisarmos, nos grandes temas políticos no Congresso Nacional que não são examinados, ou tratados com superficialidade por nossos legisladores podemos tomar como exemplo a reforma política, que trata de pontos cruciais para uma verdadeira mudança no atual sistema corrompido e que esta sendo reclamado de norte a sul  em cartazes mostrados por  participantes do movimento que esta parando o Brasil.

Dentro da proposta para reforma política destacarei dois pontos que considero fundamentais, e que poderiam caso aprovados, moralizar minimamente o atual sistema político brasileiro.

01 - O Financiamento público exclusivo de campanha.
Todos sabemos que o financiamento privado gera corrupção e está pautado pelo dinheiro.

02 - Fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais.
Hoje, nas eleições para deputado e vereador, as coligações permitem a transferência de votos de um partido para outro que esteja coligado. essa experiência provoca uma união desorganizada entre os partidos, que não fazem coligações por questões de programa ou ideologia semelhantes, mas apenas para beneficiarem do sistema.


Nada mais legítimo, portanto, que uma Constituinte que fosse exclusiva, composta de “NÃO POLÍTICOS”. Porque daí os representantes da sociedade que hoje pintam a cara de verde amarelo e saem para as ruas reclamando justiça e fim da corrupção concorreriam e formatariam uma Constituição num interesse muito mais da sociedade do que dos políticos.

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