Após protesto pacífico, pequeno grupo depredou o TJ e o pedágio.
Passeata seguiu da Ufes até a sede do Poder Judiciário.
Vândalos destruíram praça do pedágio da Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha. (Foto: Carlos Alberto Silva / A Gazeta) |
Mais de 100 mil pessoas saíram em passeata pelas ruas de Vitória, durante a manifestação realizada na noite desta quinta-feira (20), segundo informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). O protesto foi encerrado com atos de vandalismo no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), que foi depredado por uma minoria de manifestantes. O pedágio da Terceira Ponte teve cabines quebradas e queimadas. Lojas também foram saqueadas. Depois da confusão, a Tropa de Choque da Polícia Militar dispersou o grupo com tiros de balas de borracha e gás lacrimogênio.
Os manifestantes saíram da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) pouco antes das 18h, e caminharam, em passeata, pela Reta da Penha até a Assembleia Legislativa e depois até o Tribunal de Justiça (TJ-ES). Um outro grupo deixou a Universidade de Vila Velha (UVV), atravessando a Terceira Ponte, que liga Vila Velha à Vitória, e seguiu ao encontro dos demais manifestantes. A Rodosol interditou o sentido da ponte que dá acesso a Vitória. Algumas pessoas não seguiram até o TJ-ES e subiram a Terceira Ponte.
Na Ponte da Passagem, manifestantes soltaram fogos de artifício e pararam para cantar o Hino Nacional. Quando uma parte do grupo chegou à Assembleia Legislativa, ainda tinha manifestantes na Ponte da Passagem. A distância de um ponto ao outro é de aproximadamente 5 km. A Reta da Penha ficou completamente tomada pelos manifestantes.
Os participantes passaram pela praça do pedágio da Terceira Ponte e seguiram em direção à Assembleia Legislativa. Policiais militares se concentravam dentro e na porta do prédio para impedir o avanço de manifestantes. Muitas pessoas se concentraram no local e chegaram a jogar pedras contra a Ales, mas os militares não agiram.
No momento em que o protesto chegou ao TJ-ES, o presidente do tribunal, Pedro Valls Feu Rosa, foi até o lado de fora e recebeu uma pauta com as reivindicações do grupo. Segundo Feu Rosa, uma reunião será realizada entre ele e manifestantes. Enquanto o presidente recebia a pauta, uma minoria aproveitava para depredar o prédio do Poder Judiciário. Pichações, vidros quebrados, e bombas foram atiradas contra o prédio, que teve princípios de incêndio em sua parte lateral.Presidente do TJ-ES Pedro Valls Feu Rosa recebeu manifestantes (Foto: Leandro Nossa / G1 ES) |
Enquanto os atos de vandalismo eram realizados, muitas pessoas reprovavam e gritavam "Sem vandalismo". Alguns manifestantes choravam e se mostravam tristes com o fim que tomava o protesto. "Nosso movimento é pacífico, queremos reivindicar os nossos direitos, mas tem um pessoal que só quer fazer bagunça, essa não é a nossa intenção. A gente não quer quebrar tudo, como fizeram no tribunal, aqui é o nosso dinheiro, patrimônio nosso. Isso enfraquece o movimento, pois a maioria é pacífica, mas eles acabam estragando tudo", desabafou o estudante Ryan de Britto.
Enquanto a depredação acontecia, não havia presença da Tropa de Choque da Polícia Militar, que chegou ao local mais de duas horas depois, a pedido do TJ-ES, segundo a Sesp, iniciando um confronto com os manifestantes. Tiros de bala de borracha e gás lacrimogênio foram atirados contra a multidão, que começou a se dispersar. Repórteres e demais pessoas que passavam pela via foram atingidas pelo efeito das bombas.
Muitas pessoas aplaudiram a chegada da polícia. Uma minoria que participava do protesto ainda jogava pedras contra os militares e depredavam o prédio do TJ e a área de entorno. Ao mesmo tempo, a praça do pedágio da Terceira Ponte também era palco de vandalismo. Cabines de pedágio foram queimadas e quebradas, e a Tropa de Choque também interviu.
A manifestação que foi, em toda sua parte, pacífica acabava com correria e com rastro de destruição pela cidade.
Tropa de Choque cerca praça do pedágio após vandalismo em Vitória. (Foto: Carlos Alberto Silva / A Gazeta) |
G1/ES
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