O movimento Não ao Ato
Médico, que mobiliza profissionais e estudantes de 14 setores da área de saúde,
que se sentem prejudicados com a aprovação do Projeto de Lei 268/02, decidiu
encaminhar à presidenta Dilma Rousseff pedido de veto integral ao texto
aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
Integrantes do movimento
se reuniram hoje (24), sob os pilotis da Biblioteca Nacional, e aprovaram a
formação de uma comissão integrada por representantes das 14 profissões que
integram a mobilização e um dos estudantes. A comissão pretende entregar
documento à Casa Civil da Presidência da República, além de organizar uma
passeata até o Palácio do Planalto na próxima quarta-feira (26). Outro protesto
está marcado para sexta-feira.
O projeto desagrada a
várias a categorias profissionais, porque estabelece o que denominaram de
reserva de mercado para os médicos, impedindo a prática de atos praticados
normalmente pelas diversas profissões que atuam na área de saúde sem a
interferência deles. A principal queixa está no Inciso I do Artigo 4º, segundo
o qual entre as atividades privativas do médico, está a “formulação do
diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica”.
Entre as profissionais
que participaram das discussões estava a vice-presidente do Conselho Regional
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 11ª Região, Sandra Jardene. Ela é
terapeuta ocupacional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e relatou que,
quando trabalhava no Hospital de Base, teve vários embates com a chefia do seu
setor porque ela exigia prescrição médica para aplicação do tratamento aos
pacientes. O problema, segundo ela, é que “o médico não sabia o que prescrever,
pois não está preparado para interferir nas nossas práticas”.
As profissões
que foram representadas no movimento Não ao Ato Médico são: fisioterapia,
enfermagem, psicologia, terapia ocupacional, biomedicina, farmácia, educação
física, nutrição, odontologia, fonoaudiologia, veterinária, optometria e
acupuntura. De acordo com o presidente do Conselho de Fisioterapia, Bruno
Fernandes, a sugestão dos setores interessados para a redação do Artigo 4º do
projeto sempre foi a de que são atividades privativas do médico a “formulação
do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição médica”.
Segundo Fernandes, a
alteração de prescrição terapêutica para prescrição médica alinharia o texto
com o foco do projeto, e, segundo ele, seria suficiente para apaziguar a
totalidade das profissões insatisfeitas com o PLS 268/2002.
Agencia Brasil
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