Essa foi a
primeira autuação de Josiel na maioridade. Ele já tinha passagens na polícia,
mas apenas quando adolescente
Aos 18, ele chora por
saber que agora vai preso
por seus
crimes
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Um dos três
participantes do assalto à Drogasil e da morte de um funcionário da
farmácia, na Praia do Canto, Vitória, no último sábado, Josiel de Almeida, de
18 anos, bateu a cabeça na parede da delegacia ao saber que foi autuado em
flagrante pelo crime de latrocínio. Ele pode pegar 30 anos de cadeia e chorou
ao perceber a diferença entre ser apreendido enquanto menor e preso, agora na
fase adulta.
Ao assinar o
depoimento, Josiel chorou. “Acreditamos que ele tomou consciência da punição
que pode receber, uma vez que não é mais menor de idade”, comentou o delegado
Josemar Sperandio, responsável pela autuação dos suspeitos.
Essa foi a
primeira autuação de Josiel na maioridade. Ele já tinha passagens na
polícia, mas apenas quando adolescente. O primeiro desses registros foi em
2009, por furto. Outras apreensões, por assalto, foram feitas em 2010. No ano
passado, Josiel ficou internado outras três vezes por ameaça, desacato,
tráfico, porte de arma e por furto novamente.
Josiel era o único maior no grupo. Além dele, foram detidos na segunda-feira,
em Santa Lúcia, Vitória, três garotos de 13, 14 e 16 anos. O último foi solto
após ter sido autuado por receptação do carro que dirigia, mesmo tendo três
passagens por porte ilegal de arma de fogo, sendo duas num intervalo de um mês,
somente neste ano. Num dos casos, estava com uma escopeta.
Internação média de adolescentes
infratores é de três anos
O prazo médio de internação cumprido por adolescentes internados no Instituto
de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) é de dois anos – um a
menos do que o limite estabelecido pelo Estatuto da Criança e Adolescente
(ECA).
O diretor-presidente do instituto, Lindomar José Gomes, afirma que o
cumprimento dessas penas depende sempre de avaliação realizada a cada seis
meses por juízes da Infância e da Juventude.
Para essa
decisão, são considerados critérios como comportamento do adolescente, cursos
realizados por ele, rendimento escolar e relação com as famílias. “Quando o
crime é mais grave, os juízes determinam internação maior”, apontou o diretor,
que não soube precisar o percentual de jovens que costumam cumprir a pena
máxima.
Gomes alerta que a internação definitiva é apenas uma – e mais rigorosa – das
punições que podem ser aplicadas aos adolescentes. O juiz ainda pode optar pela
liberdade assistida (cujos programas são oferecidos pelos municípios), por
prestação de serviço comunitário e semiliberdade (oferecida pelo Estado em
centros onde o jovens realizam atividades educativas) e pela internação
temporária.
Causas
Para o diretor, o trabalho de ressocialização no Iases tem apresentado
resultados importantes. Sobre mudanças na legislação, argumenta que é mais
fundamental discutir as razões pelas quais os jovens escolhem o mundo do crime.
“Nossa missão no Iases é executar as penas, mas é preciso tentar encontrar as
causas do problema”, frisa.
Na lista dos principais crimes cometidos por adolescentes em conflito com a lei
no mês de maio, o campeão foi roubo, com 90 casos (26% do total). Na sequência,
vieram associação ao tráfico (70) e tráfico (69). Homicídio e tentativa de homicídio
aparecem apenas em 7º e 8º lugares, com 12 e oito casos respectivamente.
GazetaOnline
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