Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) optar, esta semana, por uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, e surpreender parte do mercado, a curva de juros futuros da BM&F disparou para cima no pregão desta sexta-feira (31). A tendência, diz Paulo Petrassi, sócio e gestor da Leme Investimentos, é que o boletim Focus da semana que vem traga uma revisão na projeção para a Selic ao final de 2013, hoje em 8,25% ao ano.
“Não foi só o aumento de 0,50 ponto, que já deveria dar uma puxada para cima na curva, mas a unanimidade dos membros do Copom, depois de dois membros terem votado pela estabilidade no encontro de abril”, fala Petrassi. “Isso ninguém imaginava”, emenda o especialista.
“Não foi só o aumento de 0,50 ponto, que já deveria dar uma puxada para cima na curva, mas a unanimidade dos membros do Copom, depois de dois membros terem votado pela estabilidade no encontro de abril”, fala Petrassi. “Isso ninguém imaginava”, emenda o especialista.
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A previsão para o ciclo total da alta nos juros, que antes da decisão de quarta à noite variava ao redor dos um ponto percentual, certamente irá subir, na avaliação do gestor da Leme. A manobra “arriscada” do BC de elevar a intensidade do ciclo assustou o mercado, que agora deve pedir mais cerca de 1,25 ponto de alta na Selic, segundo o especialista, que levaria a taxa para 9,25%.
Mais negociado, com giro de R$ 195,31 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho próximo subiu de 7,55% para 7,72%, enquanto o para janeiro de 2014 avançou de 8,07% para 8,43%, com volume de R$ 99,254 bilhões, e o para janeiro de 2015, de 8,51% para 8,92%, movimentando R$ 71,521 bilhões. A ponta curta da curva subiu forte, e, em teoria, a longa deveria cair, mas com dados positivos nos Estados Unidos, o medo de redução dos estímulos do Fed impulsionam os treasures americanos, e influenciam nossos juros, explica Petrassi.
Câmbio
Dados acima das expectativas nos Estados Unidos realimentam a percepção dos agentes sobre uma possível redução dos estímulos por parte do banco central da região, e geram uma valorização global do dólar. No âmbito doméstico, quando a cotação da moeda americana bateu em R$ 2,14, o BC realizou um leilão de swap cambial (equivalente a venda de dólares no mercado futuro), que amainou apenas temporariamente a alta do dólar, que já voltou a se aproximar da mesma máxima de antes da intervenção da autoridade no fechamento do dia.
A divisa encerrou os negócios em alta de 1,37%, cotada a R$ 2,143 na venda. Trata-se do maior patamar desde 5 de maio de 2009.
“Talvez o BC entre mais uma vez”, afirma João Paulo de Gracia Corrêa, gerente da mesa de câmbio da Correparti. Para ele, ainda temos de aguardar os dados do 'payroll' americano da próxima semana para saber como o Fed deve se mover, para então podermos dizer qual será nova banda informal do câmbio no país. A recente alta da moeda (subiu 1,90% na quarta, maior alta desde dezembro de 2011), fala o especialista, tem relação com a disputa pela Ptax que terminou nesta sexta, e distorceu a taxa da divisa americana.
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