Aderindo aos
manifestos que ocorrem em diversas cidades do Brasil, cerca de 10 mil
pessoas, segundo dados da Polícia Militar, fecharam por
quatro horas a BR-116, em Vitória da Conquista (BA), nesta quarta-feira.
Os alvos principais da manifestação foram a corrupção, gastos públicos nas
copas do Mundo e das Confederações, melhorias na educação, transporte, saúde,
segurança e respeito à diversidade sexual.
Em sua maioria
estudantes, os manifestantes protestaram contra os gastos das duas copas com a
frase “quando seu filho adoecer, o leve para o estádio”. Também com esta:
“Pronto! Agora já temos estádios de primeiro mundo, só falta construir um país
(de primeiro mundo) ao redor”. A manifestação percorreu diversas ruas
centrais da cidade e foi pacífica.
No meio dos
manifestantes estava o sargento da reserva da Polícia Militar, Gilmar Mendes,
52, que saiu de Cândido Sales (86 km de Vitória da Conquista) para participar
do protesto. Mendes vestia camisa com foto da esposa Marizete Viana, que,
segundo ele, morreu em 2011 aos 37 anos por demora no atendimento num hospital
de Cândido Sales. “Eu protesto por melhoria na saúde”, disse.
Alguns
comerciantes, com medo de baderna, resolveram fechar as portas mais cedo. “Não
sou contra a manifestação, mas é melhor prevenir”, disse o dono de loja de
roupas, Manuel Venceslau, 35. Outros, como o comerciário Jonatas Gomes Pereira,
25, aproveitou o fechamento da loja de sapatos onde trabalha para participar da
manifestação. “Só vim aqui porque não vi bandeira de grupo político”, afirmou.
Também no
manifesto, o ativista André Cairo, do Movimento Contra a Morte Prematura,
estava fantasiado de “Batman” e levava uma placa com os dizeres “Governantes,
eu sou a favor do contra, entendeu?”. Durante todo o percurso da manifestação houve
estudantes que estavam soltando pequenas bombas de São João, o que criava um
clima de tensão, mas ninguém ficou ferido.
Quando a
manifestação estava já na BR-116, um estudante soltou uma bomba perto das
pessoas e acabou sendo revistado por policiais militares, que tomaram os
explosivos, alegando risco de acidente. Impedir o trânsito de veículos era
uma das regras da manifestação, assim como não apontar líder, não vandalizar,
não dar entrevista para a imprensa e nem levantar bandeira de grupo político ou
movimento.
Mas havia
manifestantes abraçados à bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra e gritando “MST, a luta é pra valer”. Da BR-116, os
manifestantes voltaram para o Centro, onde houve a dispersão do movimento, que
ficou de retomar os protestos nesta quinta-feira.
Alguns
manifestantes ficaram nas imediações da Praça Barão do Rio Branco, onde ocorre
na noite desta quarta um show gratuito, patrocinado pela prefeitura local, do
cantor Alceu Valença, como parte das comemorações do São João.
Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi